O Conselho de Comissários do Condado de Beaufort, na Carolina do Norte (EUA), recebeu no mês passado uma carta de reclamação devido a oração que os membros do conselho realizam no início das reuniões oficiais.
A reclamação partiu de um grupo de vigilância da igreja-estado que alega que as autoridades eleitas também passaram a convidar o clero para participar do momento religioso.
Nesta quinta-feira (09), o presidente do Conselho, Frankie Waters, defendeu que a prática não é uma “política escrita”, mas sim uma “tradição”.
“Apenas os comissários eleitos lideraram a oração e a promessa. Pediu-se ao público que se levantasse por ambos”, afirmou Waters ao The Christian Post, acrescentando que uma mudança estava sendo considerada, para que o clero fizesse a oração de abertura.
Waters contou que na reunião da noite da última segunda-feira (5), um pastor local foi convidado pelo conselho para realizar uma oração antes que a reunião iniciasse.
“Convidamos outros líderes religiosos a ligar para o secretário do conselho se quiserem ser colocados em uma lista para oração em futuras reuniões”, disse Waters.
O grupo de vigilância Americans United for Separation of Church, por meio do advogado Ian Smith, escreveu à liderança do condado, contestando a prática de ter comissários fazendo as orações e considerando o ato “claramente inconstitucional”.
“O Conselho de Comissários existe para representar todos os cidadãos do Condado de Beaufort, independentemente de fé ou crença”…“A prática dos funcionários do condado de compor e recitar orações oficiais envia a mensagem de que os descrentes e adeptos de religiões que não desejam participar das orações do Conselho não são aceitos como membros da comunidade e pressionar o público a se levantar para a oração os coage a participar nas atividades religiosas do Conselho”, diz trechos da carta, compartilhada por e-mail pela Americans United ao Christian Post.
O representante legal sugeriu ainda, que a tradição de oração do Conselho, fosse substituída por um momento de silêncio ou uma política de oração “compatível”, e baseada em “critérios neutros que não discriminam religiões minoritárias ou não crentes”, destacou Smith, acrescentando que “de qualquer forma, o Conselho deve parar de pedir ao público que se levante ou participe da oração”.
Em resposta ao Christian Post, o presidente do conselho afirmou não acreditava que ter um comissário orando antes das reuniões com todos de pé, fosse uma violação da Primeira Emenda.
“Não acreditamos que violamos a separação entre igreja e estado”, disse ele.
Com informações The Christian Post