Mary*, de 20 anos, estava num culto de domingo em uma igreja no Noroeste da Nigéria, quando militantes fulanis atacaram o local com armas de fogo. Diversas pessoas foram assassinadas, incluindo um tio de Mary. Ela fugia quando ouviu a irmã a chamando. Mary decidiu voltar, quando ela e outras três mulheres foram detidas por um dos militantes.
Enquanto eram levadas, os militantes zombavam das mulheres, dizendo que o Deus delas não estava vivo e não poderia fazer nada para ajudá-las. Elas caminharam pela floresta por muitas horas. As mulheres foram mantidas em cativeiro por 54 dias. Mary foi forçada a cozinhar para os militantes fulanis. Mas a comida dada às mulheres era a mesma dos animais. Durante aquele tempo, elas enfrentaram violência sexual repetidas vezes nas mãos dos sequestradores.
Aquelas mulheres não foram sequestradas apenas para perturbar a comunidade cristã. Os militantes também queriam dinheiro. Eles pediram resgate para soltar as mulheres, porém era uma quantia muito grande que os moradores não podiam pagar. Se um resgate é pago, não há mais dinheiro disponível para os estudos, e isso realmente limita a opção de jovens nigerianas. Mary sabia que a família esperava por seu retorno e implorou aos líderes fulanis para abaixar a quantia.
Muitas vezes, meninas e mulheres vítimas de violência sexual enfrentam traumas ao voltarem para as comunidades, já que são consideradas “sem honra” e estigmatizadas pelo que experimentaram. Essa é outra das táticas que militantes usam para prejudicar comunidades cristãs, deixando um longo legado de destruição. Mary e a sua família receberam ajuda emergencial de parceiros da Portas Abertas para custearem suas necessidades.
Algum tempo depois, Mary faleceu devido a complicações relacionadas a uma cirurgia.
Com informações: Portas Abertas (14.06.23)