Após se converter a Cristo, Ko Aung (pseudônimo) foi pressionado pela família e pela comunidade para voltar ao budismo. Segundo ele, a família o expulsaria sem direito a herança. Eles ainda falaram que, ao deixar a religião budista, ele estava abandonando o país. Após ser deserdado, o cristão deixou a vila e se estabeleceu em Yangon, a maior cidade de Mianmar.
No início de 2021, aconteceu o golpe militar. Ko Aung percebeu que as coisas estavam mais perigosas quando alguns aplicativos que usava para servir aos cristãos pararam de funcionar. Isso levou a consequências assustadoras. Ele teve os aplicativos bancários bloqueados, o que o impedia de realizar qualquer transação, sacar ou receber dinheiro na conta.
As Organizações Étnicas Armadas (EAO, da sigla em inglês) são milícias que alegam representar um grupo étnico. Alguns desses grupos são compostos por cristãos. Os militares consideram todos os cristãos uma ameaça.
“Antes do golpe militar, ajudar os cristãos não seria um grande problema, mas agora as coisas mudaram. Minhas viagens frequentes a essas áreas para distribuir ajuda eram vistas com suspeita pelo exército, afinal eles acreditam que estou contra eles, trabalhando com grupos rebeldes de jovens”, explica. Em Mianmar, esse tipo de suspeita pode levar a pressão, vigilância e prisão.
Segundo a Portas Abertas, o país é o 14º na Lista Mundial da Perseguição 2023.
Com informações: Portas Abertas (03.10.23)