Rivais de longa data, Irã e Israel estão envolvidos numa guerra paralela há anos, mas neste final de semana, o irã cumpriu com a ameaça feita por meio de seu líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, que declarou “Israel será punido”, após o suposto ataque israelense que bombardeou o consulado iraniano em Damasco, na Síria, matando o principal general da Guarda Nacional Revolucionária iraniana, o comandante sênior Mohammad Reza Zahedi e outros oficiais no local. Israel não assumiu oficialmente a autoria do ataque.
O anúncio de ataque ocorreu no dia 11 de abril, quando Khamenei declarou que Israel seria atacado em 48 horas. E no sábado (13), o Irã fez mais de 350 disparos contra o território israelense, incluindo cerca de 170 drones e mais de 120 mísseis balísticos.
De acordo com os militares israelenses, “99%” dos armamentos foram interceptados pelos sistemas de defesa aérea de Israel e dos seus aliados, antes de chegar ao destino.
Neste domingo (14), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu e as duas partes trocaram acusações. O irã justificou o seu ataque como “necessário e proporcional”, afirmando que foi efetuado em resposta ao ataque do último dia 1 de abril.
O embaixador do Irã na ONU, Saeid Iravani, declarou que o ataque deste sábado foi de autodefesa.
“A operação do Irã exerceu o direito de autodefesa, como colocado no artigo 51 da Carta da ONU, e reconhecida internacionalmente pelo direito internacional. Essa ação já concluída foi necessária e proporcional. Ela foi precisa e teve alvo apenas militares e feita de forma cuidadosa para prevenir vítimas entre civis”, afirmou Iravani.
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, disse que “o ataque de ontem cruza todas as linhas vermelhas” e garantiu que “Israel tem todo o direito de retaliar”. O diplomata israelense ainda comparou a ação do Irã ao atacar Israel com o regime nazista.
“Há anos, o mundo vem assistindo à ascensão dos xiitas como foi a ascensão do nazismo. O Irã vem violando às resoluções do Conselho de Segurança e a Carta da ONU há anos. O mundo deve parar as ações criminosas do Irã”, declarou Erdan.
Durante a reunião deste domingo, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu a necessidade de se evitar “qualquer ação que possa levar a grandes confrontos militares em múltiplas frentes no Oriente Médio”.
“O Oriente Médio está agora numa situação de extremo perigo que pode levar para um conflito total. Agora é a hora de diminuir a temperatura. É a hora para a conversa”, disse Guterres. Ele ainda aproveitou a ocasião para pedir um cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas. “Nem a região, nem o mundo podem permitir-se mais guerra”, afirmou.
De acordo com a CNN, o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, declarou o assunto como concluído, mas ressaltou que, qualquer “nova agressão contra os interesses da nação iraniana terá uma resposta mais pesada e lamentável”.
Em entrevista exclusiva à CNN, o presidente de Israel, Isaac Herzog, garantiu que o país não quer guerra com o Irã, no entanto, reiterou que os ataques iranianos configuram uma “declaração de guerra”.
Com informações da CNN Brasil, CNN Internacional e Reuters