De acordo com os dados da Lista Mundial da Perseguição 2025, a Nicarágua ocupa o 30º lugar no ranking com 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. A hostilidade contra os seguidores de Jesus ganhou ainda mais peso após os protestos realizados contra o regime ditatorial de Daniel Ortega em 2018.
Desde então, a liberdade religiosa tem se deteriorado e os líderes da igreja são constantemente acusados de serem terroristas e conspiradores. Os que se opõem e denunciam as corrupções e violações do governo, ou simplesmente dão abrigo e assistência médica aos manifestantes são perseguidos, enfrentam ataques, prisão, encerramento de ONGs, desapropriação de bens, monitoramento, deportação ou exílio.
Os líderes de uma igreja na capital Manágua, Adriana* e seu marido, criaram seus filhos para testemunharem o amor de Deus e trabalharem na implantação de seu reino na terra. Eles cresceram alimentados pelo senso de justiça, e ao se tornarem universitários, participaram de um protesto contra as reformas previdenciárias, aumento de custo de vida, censura, repressão e corrupção.
Com isso, os jovens também passaram a ser alvo da polícia, e quando um deles estava em uma atividade religiosa na Catedral Metropolitana de Manágua, foi atacado pelas autoridades e precisou se refugiar na igreja por cinco dias, junto com outros participantes. O outro filho também já sofreu um ataque policial e teve que se esconder por dois dias em outra casa.
Os pais, que já enfrentavam perseguição por suas atividades na igreja, começaram a desenvolver sintomas de estresse e ansiedade. Adriana chegou a desencadear um problema cardíaco.
A família passou a ser ainda mais pressionada, os policiais e agentes do governo agiram para dificultar o acesso aos documentos necessários para a educação dos filhos. As coisas pioraram, quando o marido se recusou a participar das eleições, por não concordar com a falta de transparência e justiça no processo eleitoral. Como consequência, a igreja perdeu o seu registro de funcionamento.
Adriana relata à Portas Abertas, que o caso de sua família é comum a diversos líderes cristãos na Nicarágua. “Muitos pastores estão sofrendo; alguns não conseguem dormir, cheios de ansiedade e medo. Eles não sabem se amanhã serão eles que perderão o que têm: igrejas, terras ou até mesmo contas bancárias”, afirma a cristã, que ressalta que a sua esperança é saber que a perseguição faz parte da vida cristã genuína.
*Nome alterado para preservação da segurança da família
Redação CPAD News/ Com informações Portas Abertas