Sob o governo do Partido Comunista desde 1959, Cuba tenta controlar a igreja e persegue líderes cristãos que se opõem ao regime. Muitos religiosos são expostos a interrogatório, prisão, campanhas de difamação, restrições de viagem, assédio e ameaças, incluindo o risco de perder a custódia dos filhos.
Há também situações em que os direitos básicos são negados ou dificultados. Como no caso do jovem Juan Pablo*, que foi criado pela mãe e avó e teve o privilégio de conhecer a Jesus bem cedo. Quando atingiu seus 16 anos, ele tomou a decisão pessoal de se tornar cristão, e atualmente é um dos líderes em treinamento apoiado pela Missão Portas Abertas.
Juan vivenciou a perseguição religiosa ainda nos primeiros dias na escola. Ele conta que era chamado de “garoto estranho” por seus colegas, pelo fato de orar antes do almoço e frequentar à igreja. Conforme foi crescendo, o assédio se tornou físico e muitas vezes sofria humilhação pública motivada até mesmo pelos professores.
Ao iniciar os estudos de economia, os desafios se intensificaram. Ao descobrirem sua fé cristã, as autoridades escolares o pressionaram a renunciá-la e tentaram força-lo a entrar para a Federação de Jovens Comunistas Cubanos (UJC). Como não cedeu à pressão, ele sofreu consequências até decidir abandonar a universidade.
“Eles começaram a baixar minhas notas para me reprovar nas matérias”, explica Juan, que era considerado um excelente aluno.
Além de Juan Plabo, há muitos outros estudantes cristãos vivem experiências semelhantes em Cuba. O pesquisador da Portas Abertas, Josué Valdez*, explica que a perseguição religiosa ocorre, pois as igrejas passaram a ser vistas como potenciais ameaças ao controle do regime.
“O regime começou a associar a religião a valores que considerava contraditórios aos princípios socialistas, como a obediência à autoridade divina sobre a autoridade política”, afirma Valdez.
Um estudo da Portas Abertas mostra que, entre janeiro de 2021 e março de 2024, foram registrados 614 incidentes de perseguição em Cuba, incluindo o fechamento de igrejas. Atualmente, o país é classificado como o mais perigoso da América Latina para os cristãos, e ocupa a 26ª posição global na Lista Mundial da Perseguição 2025.
Redação CPAD News/ Com informações Portas Abertas