Na manhã de segunda-feira (27), a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por 6 votos a 3 que o Distrito Escolar de Bremerton, deve descriminalizar o técnico de futebol americano do ensino médio, Joe Kennedy, por orar no campo após os jogos.
A decisão do tribunal foi emitida pelo juiz Neil Gorsuch, sendo acompanhado pelo presidente do tribunal John Roberts e pelos juízes Clarence Thomas, Samuel Alito, Amy Coney Barrett e Brett Kavanaugh.
“Kennedy orou durante um período em que os funcionários da escola estavam livres para falar com um amigo, fazer uma reserva em um restaurante, verificar e-mail ou atender a outros assuntos pessoais. Ele ofereceu suas orações em silêncio enquanto seus alunos estavam ocupados. Ainda assim, o distrito escolar de Bremerton o disciplinou de qualquer maneira”, escreveu Gorsuch em relatório.
Após ser divulgado o resultado do processo, Kennedy celebrou poder retornar ao seu trabalho, e fez agradecimentos. “Isso é tão incrível. Tudo o que eu sempre quis foi voltar ao campo com meus caras. Sou incrivelmente grato à Suprema Corte, à minha fantástica equipe jurídica e a todos que nos apoiaram.
Agradeço a Deus por responder nossas orações e sustentar minha família durante esta longa batalha”, disse ele.
A vitória do treinador também foi comemorada por Kelly Shackelford, presidente, CEO e consultora-chefe da First Liberty, um escritório de advocacia de liberdade religiosa com sede em Plano – Texas, que representou o caso de Kennedy.
“Nossa Constituição protege o direito de todo americano de se engajar em expressões religiosas privadas, incluindo orar em público, sem medo de ser demitido”, ressaltou. “Estamos gratos que a Suprema Corte tenha reconhecido o que a Constituição e a lei sempre disseram – os americanos são livres para viver sua fé em público”, acrescentou Shackelford.
Os votos contrários foram dados pelos juízes Stephen Breyer, Elena Kagan e Sonia Sotomayor, que em sua argumentação disse que “este Tribunal reconheceu consistentemente que os funcionários da escola que lideram a oração é constitucionalmente inadmissível”.
“A oração liderada por oficiais atinge o cerne de nossas proteções constitucionais para a liberdade religiosa de estudantes e seus pais, conforme incorporado tanto na Cláusula de Estabelecimento quanto na Cláusula de Livre Exercício da Primeira Emenda”…”Esta decisão é um desserviço às escolas e aos jovens cidadãos que servem, bem como ao compromisso de longa data de nossa nação com a separação entre Igreja e Estado””, escreveu Sotomayor.
De acordo com o Christian Post, o cristão Joe Kennedy, tinha a prática de ir para a linha de 50 jardas após os jogos de futebol do ensino médio e orar. Em muitas ocasiões, alguns fãs e alunos se juntavam a ele.
Devido a essas orações, em 2015, o distrito escolar suspendeu Kennedy dos jogos e decidiu não renovar seu contrato após ele se recusar a parar de orar em campo. O treinador então, abriu um processo contra o distrito escolar em 2016, acusando-os de violar sua liberdade religiosa.
O Christian Post relata que “um painel de três juízes do Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos EUA decidiu contra o treinador em 2017, enquanto a Suprema Corte inicialmente se recusou a ouvir seu caso em 2019”.
Em março de 2021, um painel de três juízes do Nono Circuito novamente decidiu contra Kennedy, com o juiz Milan D. Smith Jr. sendo o autor da opinião unânime.
Porém, em janeiro de 2022, a Suprema Corte concordou em receber um recurso no caso, e no mês de abril, ouviu argumentos orais com os juízes debatendo se a prática de oração de Kennedy era coercitiva.
Com informações Christian Post