Daniel Ortega, 76 anos, que preside o governo da Nicarágua, país da América Central, há quinze anos, ordenou vários ataques e repressões à Igreja desde o início de agosto. Ele proibiu um grande evento católico ao ar livre, que acabou sendo limitado ao átrio da catedral, mesmo com milhares de participantes.
Segundo a Catholic News Agency, no domingo (14), policiais impediram os padres Erick Diaz e Fernando Calero de sair para a catedral de Manágua. Uma caminhonete em que Calero viajava foi parada e revistada pela polícia, que confiscou os documentos do veículo, bem como a carteira de motorista.
No mesmo dia, o padre Oscar Benevidez, da cidade de Mulukukú, foi preso arbitrariamente, disse a CNA. Em um post no Facebook, a Diocese de Siuna disse que a “única missão de Benevidez é e tem sido anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo, que é a palavra de vida e salvação para todos”.
Em 2018, o governo invadiu a sede do jornal Confidencial, liderado pelo jornalista Carlos Fernando Chamorro, considerado um dos críticos mais destacados de Ortega. Ao longo de 2021, as autoridades prenderam sete potenciais candidatos presidenciais para as eleições de novembro daquele ano.
Um relatório intitulado “Nicarágua: Uma Igreja Perseguida? (2018–2022)”, compilado pela advogada Martha Patricia Molina Montenegro, membro do Observatório Pró-Transparência e Anticorrupção, destaca que em menos de quatro anos, a Igreja Católica na Nicarágua foi alvo de 190 ataques e profanações, incluindo um incêndio na Catedral de Manágua, perseguição policial e perseguição a bispos e padres.
Em julho, freiras da Associação Missionárias da Caridade, ordem fundada por Madre Teresa de Calcutá, foram expulsas do país, sendo escoltadas pela polícia para deixarem o país a pé. Autoridades nicaraguenses fecharam veículos de comunicação associados à Igreja Católica e invadiram templos religiosos para apreender equipamentos de radiodifusão.
Dado o controle totalitário do governo no país, a perseguição religiosa é presente em todas as partes e níveis da nação. Os tipos de perseguição aos cristãos são: paranoia ditatorial, opressão comunista e pós-comunista e corrupção e crime organizado. As cidades com maior número de incidentes de perseguição contra cristãos são Jinotega, Managua, Masaya, Matagalpa, Estelí e León.
Segundo a Portas Abertas, em 2022 o país é o 61º na Lista de Países em Observação, que é a continuação da Lista Mundial da Perseguição, e classifica os países da 51ª a 100ª colocação.
Com informações: Guiame e Portas Abertas (22.08.22)