Um casal cristão copta teve a custódia de seu filho adotivo negada no último dia 18 de março. A criança já estava sendo criada pela família por cinco anos, e era chamado de Shenouda, um nome copta popular que significa “o filho de Deus”.
No entanto, o Tribunal Administrativo do Conselho de Estado do Egito recusou-se a julgar a ação movida pelo casal, alegando que não tinha jurisdição sobre o assunto. Com essa decisão, o menino teria que permanecer no orfanato onde se encontra há mais de um ano, atrasando ainda mais o seu reencontro com os pais.
As autoridades egípcias confiscaram a criança de seus pais adotivos no ano passado. Shenouda foi abandonado recém-nascido em 2018 e não tinha nenhum tutor biológico capaz de cuidar dele. Ao ser descoberto por um padre copta, foi confiado a uma família de sua congregação, que criou fielmente o bebê na fé cristã.
Após quatro anos cuidando do menino, as autoridades egípcias foram notificadas sobre o caso depois que um parente do casal levantou preocupações sobre a herança familiar. Segundo a International Christian Concern (ICC), o familiar não era a favor do bebê Shenouda compartilhar da herança da família.
O casal então foi obrigado a realizar um teste de DNA, que confirmou que eles não eram os pais biológicos da criança. O bebê foi confiscado pelas autoridades, levado para um orfanato, rebatizado com o nome de Youssef e designado para a fé islâmica.
De acordo com o Departamento de Estado Civil do Ministério do Interior, designar crianças com pais desconhecidos para a fé islâmica é uma ação considerada padrão.
A ICC destaca que a lei egípcia proíbe estritamente a adoção sob o pretexto da lei islâmica ou da Sharia. A minoria cristã no Egito sofre imposição dessas leis, pois as leis de status pessoal não podem contrariar as leis da Sharia. No entanto, a religião cristã permite a adoção e o Ministério da Solidariedade Social do Egito garantiu, em 2021, o direito de acolher uma criança, independentemente da religião.
Após a recente negativa de custódia, os advogados da família planejam agora apelar ao Supremo Tribunal Administrativo.
Com informações International Christian Concern (ICC)