Com o tema “Por Todos os Meios Possíveis”, o 7º Congresso Missionário em Nairóbi, no Quênia reuniu 78 países, incluindo uma comitiva brasileira de 16 obreiros, nos dias 8 a 10 outubro. A equipe foi liderada pelo secretário-executivo da Senami, pastor Saulo Gregório, e formada por representantes das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do país.
O evento tratou de temas sensíveis e oportunos para a Igreja do Senhor. Foram dias de intenso aprendizado, que trouxeram a importante necessidade de refletir sobre o desempenho da obra missionária mundial, executada “até os confins da terra”, com representantes das Assembleias de Deus na África e projetos de estratégias missionárias, que buscam plantação de igrejas em povos não alcançados.
Logo após o Congresso, a equipe brasileira, desta vez formada por 13 pessoas, incluindo pastores, presidentes de igrejas e líderes de missões, visitou alguns países muçulmanos, nos dias 11 a 22 de outubro. Em cada país visitado, a equipe observou que o islamismo é uma barreira crescente à propagação do Evangelho, e eles puderam imergir culturalmente e compreender os desafios impostos pelo contexto islâmico.
O primeiro país visitado foi o Egito, país de mescla cultural e religiosa densa, historicamente opressora ao cristianismo, que impõe obstáculos de direitos básicos aos cristãos, como dignidade de moradia e emprego. Ali, nossos irmãos foram marginalizados e levados a residirem em um ambiente insalubre, lidando com o lixo da grande cidade do Cairo, capital do país, tornando o lugar mundialmente conhecido como “cidade do lixo”.
O cheiro exalado pelo acúmulo de material orgânico, aliado à precariedade na infraestrutura de saneamento, faz arderem os olhos e colocam os cristãos que ali moram, em situação de hipossuficiência e risco social. O Egito é tido pelo mundo árabe como o “cérebro do islamismo”, congregando a primeira universidade islâmica da história, construída há mais de mil anos, de onde saem os principais pensadores e ordenadores do mundo muçulmano. Durante a viagem, os pastores tiveram a oportunidade de visitar um dos centros de treinamento, com uma equipe perspicaz e ativa, que recebe pessoas, especialmente jovens, do mundo todo, com o chamado para o mundo árabe e islâmico.
No Azerbaijão, em Baku, capital banhada pelo mar Cáspio e parte da histórica Rota da Seda, a comitiva brasileira encontrou um cenário diferente. O país, de maioria islâmica, apresenta alguns cristãos, embora a prática religiosa não seja rigorosa. Missionários atuam de forma sutil, sem proselitismo religioso, para evitar represálias do Estado. Mesmo sob limitações, a igreja local realiza um trabalho discreto de treinamento missionário.
No Marrocos, especialmente em Tânger, cidade de forte tradição islâmica, é comum observar manifestações populares de apoio à Palestina. A cultura local se confunde com a religião, e o povo é carismático e orgulhoso de seus costumes, o que proporciona certa abertura para interações culturais.
O último destino da viagem foi em Ceuta, um território espanhol em solo do Norte da África na fronteira com Marrocos. Uma equipe atua para orientar pessoas que desejam servir no mundo árabe, oferecendo uma experiência em ambiente mais seguro, desenvolvendo uma visão de ministério a longo prazo e as habilidades e valores que devem caracterizar o candidato a missões no mundo árabe.
Segundo o grupo brasileiro, cada um desses centros de treinamento que foram visitados está servindo entre alguns dos povos menos alcançados do mundo. E cada um também trabalha para receber novos obreiros, equipá-los com habilidades linguísticas e ministeriais para compartilhar o evangelho com os muçulmanos e, então, lançá-los para o serviço. E eles pediram a igreja brasileira para participar desta obra, enviando-lhes novos obreiros para servir a longo prazo com eles, e plantar a igreja de Jesus Cristo entre os não alcançados, para a glória de Deus.
De acordo com o pastor Samuel Viegas, diretor de Missões na Assembleia de Deus em Benevides (PA), que também estava entre o grupo que fez a viagem, todos retornam mais convictos da tarefa da Igreja em alcançar os povos que ainda não ouviram falar do Amor de Jesus. “Voltamos mais estimulados a dividir com aqueles que não tiveram chance, o nome libertador de Jesus Cristo, o Salvador deste mundo. Quisera que todos os crentes retornem às raízes dos cristãos do primeiro século. Esse é nosso DNA, e quando entendemos e nos aplicamos nisso, o Espírito Santo se encarrega de fluir através de nós, tocando aqueles que não foram alcançados ainda”, finalizou o pastor.
Redação CPAD / Com fotos e informações da Senami