Em declarações dadas durante a Assembleia-Geral da ONU, nesta quinta-feira (22), o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, defendeu a criação de um Estado palestino. Foi a primeira vez em anos que um líder de Israel foi tão longe em um discurso nas Nações Unidas.
Segundo Lapid, um acordo com os palestinos, com base em dois Estados para os dois povos, é a coisa certa para a segurança de Israel, para a economia de Israel e para o futuro de nossos filhos.
O teor do discurso do ministro deixou muita gente em Israel atentas. Ele recebeu apoio de alguns aliados à esquerda, mas irritou ministros à direita de sua cada vez mais instável coalizão de governo, cujo futuro deve ser decidido em novembro, na quinta eleição em quatro anos.
A reação reforça a fragilidade da declaração do primeiro-ministro cuja viabilidade, na prática, é altamente improvável. A ministra do Interior, Ayelet Shaked, afirmou que o premiê fala por si mesmo, não pelo governo, e disse que ele não tem legitimidade para representar Israel.
Lapid fez a ressalva que qualquer acordo estaria condicionado a um Estado palestino pacífico, que não ameaçaria Israel, praticamente repetindo o que defende o presidente dos EUA, Joe Biden. Mesmo assim, não adiantou. De acordo com o ex-primeiro-ministro Naftali Bennett, não há “lógica nenhuma na ideia de um Estado palestino hoje”.
Lapid também não encontrou muito entusiasmo na Cisjordânia. Líderes da causa palestina reagiram com ceticismo ao discurso do premiê. Wasel Abu Youssef, membro da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou que as palavras do israelense “não significam nada”.
Lapid também atacou o Irã e reafirmou a determinação de Israel de impedir que os iranianos obtenham uma arma nuclear.
Com informações: Pleno News (23.09.22)