Em 2018, Tun* e a esposa Lhing* administravam estudos bíblicos em casa com os vizinhos, em Mianmar. Na época, eles tinham no quintal cana-de-açúcar prontas para serem colhidas, além de cabras, galinhas e porcos. Os cristãos usavam os conhecimentos adquiridos em um treinamento da Portas Abertas nas produções. Apesar disso, agora Tun é um refugiado.
Em 2021, a vida de Tun mudou, quando os militares assumiram o controle do governo do país. Ele sabia que cedo ou tarde, um massacre chegaria a sua cidade. E não passou muito tempo até que tanques militares chegassem e ele, a esposa e os três filhos fossem forçados a fugir por segurança. Até hoje, Tun e a família ainda não puderam voltar para casa. Ele já está refugiado há dois anos.
Desde o golpe, as tensões na vizinhança de Tun cresceram. Protestos encheram as ruas com pessoas gritando por justiça e liberdade. As pessoas odiavam os militares e queriam a democracia de volta. Em março, a Junta Militar atirou na cabeça de um manifestante, levando civis a pegar em armas e formar a Força de Defesa do Povo (PDF, da sigla em inglês). Em abril, Tun e sua família planejaram a fuga. Foi uma operação de dois dias.
No dia seguinte, Tun e a esposa levaram os três filhos em duas motos. Eles levaram apenas sacolas pequenas. Segundo ele, se eles carregassem muitas roupas, sacolas e outras coisas, os militares nos postos de controle não permitiriam a saída deles da cidade.
*Nomes alterados por segurança.
Com informações: Portas Abertas (02.02.23)