Confrontos mortais na Síria, entre as forças de segurança e os apoiadores de Assad, somam mais de 1.000 mortos, desde a última quinta-feira (6). Esta já é considerada a pior onda de violência desde a destituição do presidente Bashar al-Assad em dezembro de 2024.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), grupo de monitoramento de guerra, entre os mortos 745 eram civis e as outras centenas eram membros das forças de segurança ou militantes.
De acordo com o jornal britânico GB News, os ataques aconteceram nas regiões costeiras do país, e tiveram como alvo principal alauítas (grupo religioso ao qual Assad é associado), cristãos e outras comunidades minoritárias. Conforme indicações de relatórios, historicamente, as regiões sírias de Jableh e Baniyas abrigam cristãos e alauítas.
O GB News informou ainda que as tensões da semana passada foram fomentadas após uma emboscada em uma patrulha de segurança perto de Latakia por homens armados leais a Assad. Esse episódio teria desencadeado uma resposta das forças ligadas ao governo interino liderado por islâmicos da Síria.
O confronto intensificou ainda mais a migração da comunidade cristã local, que já havia diminuído durante a guerra civil de uma década na Síria. Com a atual onda de violência, milhares de alauítas e cristãos deixaram suas casas e foram em busca de refúgio na Base Aérea de Hmeimim, em Latakia.
Em uma publicação no X, o influenciador Ian Miles Cheong, mostra mulheres e crianças cristãs, drusas e alauítas sendo abrigadas pelos militares russos.
As facções islâmicas no poder enxergam os cristãos como “politicamente e ideologicamente alinhados com o antigo regime”, e os consideram como obstáculos ao estabelecimento de seu governo.
Em uma declaração conjunta, patriarcas das Igrejas Ortodoxa Grega, Ortodoxa Siríaca e Greco-Católica Melquita condenaram os atos de violência.
“Casas foram violadas, sua santidade desconsiderada e propriedades saqueadas — cenas que refletem nitidamente o imenso sofrimento suportado pelo povo sírio… As Igrejas Cristãs, embora condenem fortemente qualquer ato que ameace a paz civil, denunciam e condenam os massacres que visam civis inocentes e pedem o fim imediato desses atos horríveis, que estão em total oposição a todos os valores humanos e morais”, afirma trechos do documento.
“As Igrejas também pedem a rápida criação de condições propícias para alcançar a reconciliação nacional entre o povo sírio… Elas pedem esforços para estabelecer um ambiente que facilite a transição para um estado que respeite todos os seus cidadãos e estabeleça as bases para uma sociedade baseada na cidadania igualitária e na parceria genuína, livre da lógica de vingança e exclusão”, acrescenta declaração.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o cristão de ascendência judaica, Hananya Naftali, questiona sobre a humanidade do mundo, enquanto os cristãos na Síria vivem um massacre.
“Um civil cristão na Síria está clamando por ajuda enquanto a sua aldeia está sendo massacrada. As famílias estão sendo despedaçadas enquanto o mundo fica em silêncio. Onde está a humanidade?”, indaga Naftali.
Redação CPAD News/ Com informações Christian Post e Guiame