O avanço da fé cristã no continente africano é uma conquista a se comemorar, no entanto, com o crescimento no número de fiés, aumenta também a necessidade de pastores capacitados teologicamente.
Segundo o diretor-executivo da Associação de Educação Teológica Cristã na África (ACTEA), Dr. David Tarus, as instituições teológicas na África estão formando menos de 10% dos líderes necessários.
A média anual de alunos nas organizações teológicas fica abaixo de 200, com algumas exceções, como o Seminário Teológico Batista da Nigéria, que tem mais de dois mil estudantes.
Dr. David ressalta ainda que, devido às diversas funções que, geralmente, os pastores africanos exercem, a formação deles exige um treinamento adicional em áreas como empreendedorismo e transformação social.
O investimento na formação desses líderes vai além da capacitação teológica, em muitos casos, o ministério precisa contribuir com os materiais teológico, visto que, “há lugares remotos onde o pastor não tem sequer uma Bíblia”, afirmou o pastor e missionário Eberson Tobias, enviado pela Assembleia de Deus Ministério Vale das Virtudes de São Paulo à África.
Em 2011, o missionário fundou a Escola Teológica Pastor Sebastião Antônio Alves, em Moçambique, e é responsável por 35 igrejas africanas, a mais recente no Malawi, todas com um líder à frente.
“Ao longo da trajetória, já formamos centenas de obreiros e pastores, que têm impactado suas comunidades com as Boas-Novas do Evangelho”, afirmou.
Tobias destaca que Nigéria, Gana, Quênia, África do Sul e Moçambique, são os países onde o Evangelho tem crescido significativamente. Para ele, a busca espiritual dos africanos tem forte ligação com os desafios que enfrentam, como pobreza, guerras internas e doenças.
“Eles se agarram à esperança e ao consolo que o Evangelho oferece, fundamentados na fé em Jesus. Além disso, os missionários de hoje compreendem melhor a cultura local e apresentam a Palavra de maneira que respeita as tradições, como a alegria e a dança na adoração, o que também contribui para atrair as pessoas”, explica ele.
O secretário-geral da Missão Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz, compara o avanço do Evangelho na África com o mesmo ritmo da perseguição religiosa.
“Quando as pessoas veem que os sobreviventes não desistem, não deixam de amar a Deus e de seguir a Jesus, isso serve como um testemunho de que o Senhor que servimos é fiel, leal e ama Seus filhos. Apesar dos ataques e mortes, o cristão perseguido continua vivo em seu testemunho de não negar e permanecer até o fim”, ressalta.
A Portas Abertas é uma agência missionária que atua na capacitação dos cristãos perseguidos em seus próprios países e comunidades, ao invés de formar líderes e missionários para enviá-los ao campo.
“Queremos que a igreja cresça e se fortaleça onde ela está. É ali que o Evangelho vai crescer, com o testemunho de um nativo da região, de um vizinho, de alguém que fala o mesmo idioma e que cresceu naquele lugar”, afirma Marco.
Redação CPAD News/ Com informações Comunhão