No decorrer do mês de março, o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional “Março Amarelo e Lilás”, que tem como finalidade conscientizar a sociedade sobre os sinais, sintomas, prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero e da endometriose – doenças que afetam as mulheres.
Nesta matéria, iremos falar um pouco sobre a endometriose. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença afeta uma em cada 10 mulheres no mundo, e só no Brasil, o número passa de 7 milhões de portadoras. Dados do Ministério da Saúde brasileiro, mostraram que, em 2021, mais de 26,4 mil atendimentos relacionados à endometriose foram feitos no Sistema Único de Saúde (SUS), e oito mil internações registradas na rede pública de saúde.
A doença ocorre quando o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce em outras regiões do corpo, fazendo com que fragmentos desse tecido sejam encontrados nos ovários, trompas, ligamentos, intestino ou bexiga.
Deste modo, existem diversos tipos de endometriose, e eles são classificados de acordo com aspectos como intensidade e localização da doença. Os tipos são: Endometriose Superficial (ou Endometriose Peritoneal Superficial), Endometriose Moderada (ou Endometriose Ovariana), Endometriose Profunda (ou Endometriose Infiltrativa), Endometriose de Septo Reto-Vaginal, Endometriose de Parede (ou Endometriose Umbilical) e Endometriose Pulmonar.
A situação anormal não impede o crescimento mensal do endométrio, momento em que o corpo da mulher se prepara para implantar um óvulo fecundado. Quando não há fecundação, ocorre normalmente a menstruação, que é a expulsão da descamação do tecido endometrial.
Apesar de benigna, a doença silenciosa e dolorosa pode causar sérias dificuldades na vida de uma mulher, se não diagnosticada e tratada. É comum as portadoras de endometriose relatarem ter escutado de pessoas próximas que estão fazendo “corpo mole”, que são preguiçosas ou estão de “frescura”. No entanto, a cólica intensa é o sintoma predominante e atinge cerca de 80% das endomulheres.
Entre os principais sintomas estão: cólica menstrual intensa, dor pélvica crônica, dor durante a relação sexual, infertilidade causada tanto por aderência quanto por fatores imunológicos, dor ao urinar, sangue na urina ou obstrução urinária, dor e distensão abdominal, diarréia ou prisão de ventre, náuseas e vômitos na Endometriose intestinal e fluxo menstrual intenso, com coágulos e cólicas. Em alguns casos, a falta de tratamento para amenizar esses sintomas levam a mulher à condição de depressão.
Cabe ressaltar alguns pontos importantes:
– a gravidade da doença nem sempre está relacionada à dor;
– nem todos os casos apresentam sintomas;
– ser portadora da endometriose, não é uma sentença de infertilidade; e principalmente,
– há tratamento para alívio dos sintomas e melhor qualidade de vida.
Os especialistas recomendam como o principal cuidado para quem tem endometriose, a adoção de um estilo de vida mais saudável, com prática regular de atividades físicas e uma alimentação mais adequada em sua rotina. Essas mudanças de hábitos ajudam a combater os sintomas, a inflamação causada pela endometriose, e evitam que o quadro se agrave.
Para ser diagnosticada com Endometriose, a paciente deve realizar um exame físico e exames complementares, como: ultrassonografia (US) transvaginal, ressonância Magnética do assoalho pélvico e laparoscopia.
Se você se identifica com os sintomas mencionados nesta matéria, procure um médico ginecologista e se informe sobre o exame de imagem mais indicado para o seu caso específico, a fim de esclarecer qualquer suspeita e obter um diagnóstico mais preciso. Se cuide!
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Esta matéria faz parte da editoria de saúde do CPAD News, atualizada sempre às quartas-feiras.
Por Daiene Cardoso/ Com informações OMS, Gov.br, Clínica Viver e Blog “A endometriose e eu”