Após duas semanas que terroristas ligados ao ISIS detonaram um explosivo durante uma missa católica realizada na Universidade Estadual de Mindanao (MSU), nas Filipinas, a comunidade católica local planeja uma celebração de Natal em escala reduzida.
O ataque aconteceu na manhã do dia 3 de dezembro, na cidade de maioria muçulmana, e tinha como alvo estudantes, funcionários e demais fiéis reunidos para a missa no ginásio da universidade. Quatro pessoas foram mortas, sendo dois estudantes, um professor e a mãe de um estudante. Outras 45 pessoas ficaram feridas. De acordo com o Christianity Today (CT), a polícia prendeu um homem que se acredita ser cúmplice do ataque, enquanto o homem que plantou o artefato explosivo segue foragido.
As procissões habituais que acontecem durante a Festa da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro, foram canceladas e os católicos foram instruídos à acenderem velas nos parapeitos das janelas e a rezassem o rosário em casa. Eles também cancelaram o tradicional Simbang Gabi, uma série de missas matinais de nove dias que antecederam a véspera de Natal, também foi suspenso.
Membros das Forças Armadas das Filipinas montam guarda na universidade, afim de garantir a segurança dos fiéis, que totalizavam 72 quando o ataque aconteceu.
Edwin Dela Peña, bispo de Marawi, disse à00 que os membros do ministério de capelania da MSU ficaram traumatizados com o ocorrido. “O ataque causou descrença, emoção e grande dor em todos, cristãos e muçulmanos”, disse Dela Peña à Agência Fides . “Eles nos atingiram bem no coração, durante a Eucaristia, o ápice da nossa fé. Agora há muito medo, mas a fé nos acompanha e nos dá apoio. Mesmo neste momento de angústia, sentimos a presença do Senhor”, afirmou.
Esta não é a primeira vez que os católicos em Marawi enfrentam uma ameaça existencial. Durante o cerco de Marawi em 2017, militantes afiliados ao grupo Estado Islâmico atacaram cristãos, profanando e queimando a Catedral de Santa Maria e um colégio cristão, ao mesmo tempo que fizeram reféns um padre e vários fiéis. Eles procuraram declarar um estado islâmico na província de Lanao del Sur.
“Percebemos que éramos o alvo principal [do ataque de 2017] porque somos cristãos e Marawi é uma cidade islâmica”, disse Dela Peña. “Eles estão questionando por que estamos aqui”, disse.
Com informações Christianity Today