Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a declarar a mpox como uma emergência em saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da entidade.
A zoonose viral, doença transmitida entre pessoas e animais, foi identificada pela primeira vez, em 1958, em colônias de macacos e ficou conhecida como a “varíola dos macacos”. Após o conhecimento de que a infecção também pode ser transmitida por roedores, como esquilos, e outros mamíferos, como até mesmo o cão doméstico, houve a mudança do nome da doença causada pelo vírus chamado MPXV. Segundo a OMS, este é um dos maiores e mais resistentes vírus de DNA já conhecidos e pertence à família dos Orthopoxvirus.
A OMS informou que, só na República Democrática do Congo foram registrados mais de 15,6 mil casos confirmados e mais de 500 mortes neste ano. Os especialistas associam o alto número de óbitos ao fato de o atual surto na África ser causado pelo clado 1, uma variante mais transmissível e grave do que o clado 2, que foi a variante responsável pelo surto em 2022.
O contágio para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados, e pode levar a morte. Os sintomas mais relacionados incluem: erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.
Em recente declaração, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, informou que o Brasil está no nível 1 de emergência da mpox, sendo tratado como um sinal de alerta, e não é preciso que a população entre em pânico diante da situação.
Já existem vacinas desenvolvidas contra a mpox, mas nenhuma delas age especificamente contra o vírus que causa a doença. Em 2022, durante a primeira declaração de emergência de saúde global, a União Europeia (UE), os Estados Unidos, o Canadá e outros países aprovaram o uso da vacina MVA-BN, que consiste em uma cepa enfraquecida de um dos vírus gênero Orthopoxvirus, ao qual a mpox pertence.
Outras duas vacinas de diferentes agências reguladoras, também foram relacionadas pela OMS no surto de 2022. O Japão aprovou a vacina contra a varíola LC16 e a Rússia licenciou a OrthopoxVac, que também seria contra a mpox e outros Orthopoxvirus. Nos Estados Unidos e na Austrália, a vacina ACAM2000, que contém vírus vaccinia vivos, foi recomendada para pessoas em risco de exposição a infecções de Orthopoxvirus. Em 2022, o Brasil, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a importação e utilização da vacina MVA-BN, conhecida no país como Jynneos ou Imvanex, produzida pela Bavarian Nordic. Atualmente, novos imunizantes estão em desenvolvimento, como a vacina de mRNA BNT166, que está na fase de avaliação clínica e é especificamente voltada para os antígenos do vírus da doença.
Vale ressaltar, que, até o momento, a OMS não recomenda a implementação de um esquema de vacinação em massa e nem o isolamento social afim de interromper a transmissão da doença, como o que aconteceu durante a pandemia de covid-19.
Em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (20), o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, assegurou que “a mpox não é a nova Covid. Seja o clado 1 da mpox, que originou a epidemia atual na África central e oriental, ou o clado 2, que originou a epidemia de 2022 no mundo”. Kluge ainda acrescentou que as autoridades sabem como controlar a propagação da doença.
Com informações G1, CNN, O Globo e Agência Brasil