Há um mês, policiais interromperam um culto de domingo em uma igreja doméstica em uma vila na Província Ocidental do Sri Lanka, convocando o pastor a participar de um interrogatório na delegacia no dia seguinte.
Segundo as autoridades, moradores fizeram reclamações de que havia um lugar ilegal de adoração operando na vila.
No dia seguinte, o pastor compareceu à delegacia para o interrogatório, e logo percebeu que estava em desvantagem. Visto que, haviam 20 moradores da vila e 7 monges budistas, além dos policiais que eram devotos do budismo e se curvaram diante dos monges, em demonstração de respeito.
De acordo com a Portas Abertas, os monges estavam determinados a fechar a igreja e os policiais tendiam a apoiar os monges, mas nenhuma decisão foi tomada naquele dia e os policiais pediram que o pastor retornasse na manhã do dia 17 de abril, para outro interrogatório.
O pastor compareceu na delegacia com um advogado na hora marcada, e encontrou cerca de 11 monges esperando por ele. Conforme relatos, nem o pastor nem o advogado conseguiam falar ou responder nada do que estava sendo dito, pois não lhes davam oportunidade.
Ao retornar para casa, cerca de 60 moradores da vila cercaram a casa do pastor e o ameaçaram. “Você pode adorar aqui com sua família, mas não traga mais pessoas de fora. Não nos deixe pegar você reunindo outras pessoas aqui”, gritavam os vizinhos.
Uma audiência no tribunal foi marcada para a segunda-feira seguinte, 20 de abril, então o pastor decidiu não realizar o culto no domingo (19) e até que a questão fosse resolvida. Porém, no domingo à noite, o pastor recebeu uma ligação da polícia cancelando a audiência, sob a alegação que os monges não queriam levar a questão para o tribunal.
Mesmo com o recado, o pastor compareceu tribunal, temendo que fosse uma emboscada para que ele faltasse a audiência. No entanto, nem a polícia, nem os monges apareceram no local.
A Portas Abertas argumenta que “os tribunais geralmente são justos em casos como esse, e os monges sabem que estariam em desvantagem se a questão fosse levada à Corte já que a Constituição do país garante liberdade religiosa para todos”, destaca a organização.
Sem uma ordem judicial oficial impedindo que o pastor realize os cultos, a igreja doméstica poderá seguir com suas atividades e programações.
Com informações Portas Abertas