A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes, está presa desde março de 2023. Em 06 de outubro de 2024, ela enviou uma carta ao ministro Alexandre de Moraes, mostrando arrependimento e alegando não saber da gravidade do que estava fazendo no dia 8 de janeiro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) retirou o sigilo do processo de Débora Rodrigues sobre os atos extremistas. Moraes votou pela condenação de Débora por 14 anos e foi acompanhado pelo ministro Flávio Dino. Mas o caso foi interrompido após o ministro Luiz Fux pedir mais um tempo para análise.
Durante a sessão nesta quarta-feira (26), Fux afirmou que “em determinadas ocasiões me deparo com peça exacerbada e por isso pedi vista do caso. Quero analisar o contexto em que essa senhora se encontrava”.
Débora é ré por cinco crimes relacionados ao ato, onde ela foi acusada de pichar a frase “perdeu, mané”. A frase é uma referência a uma fala do presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, quando usou essa expressão ao ser abordado por uma eleitora de Jair Bolsonaro (PL) em uma rua de Nova York, em novembro de 2022.
Débora Rodrigues responde pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado. Segundo a cabeleireira, um homem desconhecido havia pedido a ela para terminar de escrever a tal frase, pois, a letra dele era ilegível. Em carta, ela disse que “agiu no calor do momento”, que não apoia o vandalismo e que só participou da manifestação para ser ouvida a fim de ter maiores informações sobre o resultado das eleições. “Talvez tenha me faltado malícia para rejeitar o ‘convite’, o que não justifica minha atitude. Me arrependo deste ato amargamente, pois causou separação entre eu e meus filhinhos”, afirma na carta e diz ter cometido um “ato tão desprezível”.
Cristã da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mãe de dois filhos, de 8 e 10 anos, Débora segue presa e longe da família. Na carta, ela diz que perdeu muito “mais do que a minha liberdade, perdi a chance de ajudar o Rafinha na alfabetização, não o vi fazer a troca dos dentinhos de leite, perdi dois anos letivos dos meus filhos e momentos que nunca mais voltarão”, diz.
A família de Débora pede um milagre a Deus e pede por justiça. Emocionados, os filhos de Débora, Rafael e Caio gravaram um vídeo que está circulando nas redes sociais com um apelo direto, “Por favor, tirem ela de lá”, suplicaram os meninos. A irmã de Débora, Claudia Rodrigues disse que a irmã ficou muito triste em saber da posição dos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, mas Claudia diz que os votos não a definem. “Então ela sabe que não houve um crime para que haja uma condenação de 14 anos”, afirmou Claudia.
Redação CPAD News / Com informações do SBT News, Gazeta do Povo e Metrópoles