Há 5 anos, no dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarava a Covid-19 como uma pandemia. A medida fez com que, cerca de 2,6 bilhões de pessoas em todo o mundo se mantivesse em isolamento social, para conter o avanço do vírus.
De acordo com os dados da OMS, o vírus Sars-CoV-2, causador da doença, provocou mais de 777 milhões de infecções e matou mais de 7 milhões de pessoas. No entanto, os especialistas da organização estimam que o número de mortes associadas à pandemia possa ser ainda maior, devido a falta do registro de muitas delas, chegando a possível marca de 15 milhões.
O primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, em um homem de 61 anos. Ele havia viajado para a Itália e estava em atendimento desde o dia 24 no Hospital Israelita Albert Einstein. Outros casos de suspeitas estavam sendo monitorados pelo Ministério da Saúde, nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
A primeira morte em decorrência da doença no país, aconteceu no dia 12 de março de 2020, em São Paulo. A vítima foi uma mulher de 57 anos, que estava internada no Hospital Municipal Dr Carmino Caricchio.
O número de casos e de mortes tiveram uma rápida escalada em todo mundo. Só no Brasil, foram registradas cerca de 700 mil mortes no país, no período de 2020 até 2022. Em abril de 2021, morreram mais de 4 mil pessoas no país por dia.
Para a porta-voz da OMS, Margaret Harris, a corrida para encontrar uma vacina que imunizasse a população e evitasse mais mortes foi considerada um dos maiores legados positivos da pandemia. “Testemunhamos avanços tecnológicos em uma velocidade incrível”, disse a especialista em saúde pública em entrevista à BBC News.
O esquema de vacinação contra COVID-19 no Brasil foi iniciado no dia 17 de janeiro de 2021, em uma coletiva de imprensa. A enfermeira Mônica Calazans, foi a primeira pessoa a ser vacinada em solo brasileiro. A aplicação ocorreu quando o país já contava 210 mil mortos pela doença. As primeiras seis milhões de doses foram da vacina CoronaVac, importadas pelo Instituto Butantan, em uma colaboração com a empresa chinesa Sinovac Biotech.
De acordo com a última atualização do Vacinômetro Covid 19, do Ministério da Saúde, até o dia 12 de março de 2025, 184 074 775 pessoas, equivalente a 90,43% da população brasileira, foram vacinadas com a 1.ª dose de uma das vacinas; a 2.ª dose ou a dose única foi aplicada em 166 603 578 pessoas, equivalente a 85,13% da população. Já a dose de reforço, foi dada a 105 445 321 pessoas, o que equivale a 57,56%.
Sobre o risco imediato de que surja uma nova pandemia neste momento, o doutor em epidemiologia e especialista em Saúde Coletiva, André Ribas Freitas, negou. Ao portal Terra, ele explicou que os órgãos de saúde pública trabalham sempre com a possibilidade real, com o objetivo de se precaverem e estarem preparados para agir de forma eficaz, caso algo ocorra.
O doutor em imunologia pela USP e professor da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da universidade, Luiz Gustavo Gardinassi, explica que é importante considerar que o SARS-CoV-2 é um vírus que apresenta altas taxas de mutação, o que permite infectar hospedeiros e fazer com que eles continuem a ser transmitidos, porém, no momento não há risco iminente nesse sentido.
“A possibilidade de novas pandemias ocorre justamente porque os vírus conhecidos e desconhecidos passam a ter mutações que permitem uma vantagem em relação ao hospedeiro e pode desencadear uma nova pandemia”, explica Gardinassi, que cita a influenza, que já causou pandemias e pode gerar novas.
Essa matéria faz parte da editoria de Saúde, atualizada toda quarta-feira no CPAD News.
Por Daiene Cardoso/ Com informações BBC News, Terra e Agência Brasil