A onda de violência que começou no estado de Manipur, na Índia, completou um ano nesta sexta-feira (3). Os conflitos começaram depois que milhares de pessoas participaram de uma manifestação organizada pela União de Estudantes Tribais, contra a possível inclusão da maioria do grupo étnico Meitei no grupo “Scheduled Tribe” — classificação oficial que reúne diferentes tribos reconhecidas pelo governo indiano.

A comunidade meitei, majoritariamente hindu, recebeu privilégios das autoridades, que defendem o nacionalismo hindu, sendo reconhecido como grupo étnico. A tensão cresceu e deixou um rastro de destruição. Istuti*, uma parceira local, disse que até o momento, “mais de 200 cristãos, tanto kukis quanto meiteis, foram mortos. Mais de mil vilarejos foram incendiados, 700 igrejas foram destruídas, dez mil casas foram saqueadas e queimadas e mais de 70 mil famílias se tornaram deslocadas internas”

Minthang*, um pastor kuki, foi atacado com paus e armas afiadas. Hoje ele vive em um acampamento para deslocados internos. Kiran*, um pastor meitei, disse: “Preciso encontrar os cristãos em segredo. Não poder adorar a Deus com liberdade parte meu coração. Havia um tempo em que kukis e meiteis viviam em harmonia e adoravam a Deus juntos, mas, infelizmente, hoje estamos uns contra os outros”.

*Nomes alterados por segurança.

 

Com informações: Portas Abertas (05.05.24)

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