Após ser brutalmente abusada pelo marido, ter a cabeça golpeada e tornozelo quebrado, Loh Siew Hong, teve os filhos levados por seu agressor, que os converteu ao islamismo.

A jovem malaia passou por uma longa batalha judicial, até ganhar na Justiça, em fevereiro deste ano de 2022,  o direito de se reunir com suas filhas gêmeas de 14 anos e filho de 11 anos.

Ela conta que foi uma tortura passar tanto tempo longe dos filhos. “Eu me perguntava se meus filhos tinham o suficiente para comer, se eles dormiam bem. Estava preocupada que meu ex-marido iria espancá-los e torturá-los como fez comigo”, disse à AFP.

Quando um dos pais converte a criança à sua religião sem consultar o outro, é chamado de “conversão unilateral”, que acontece com frequência ao Islã na multiétnica Malásia, e é motivo de embates entre os radicais islâmicos e os defensores os direitos das minorias.

Com base em dados recentes do CountryMeters, a população da Malásia é 33 425 291 habitantes, sendo um quarto deles de origem chinesa. Aproximadamente 63,7% da população é adepta do islamismo, 17,7% pratica o budismo, seguida do cristianismo (9,4%), do hinduísmo (6,0%) e de outras religiões populares, com 2,3%. Cerca de 0,7% da população declararam não ter nenhuma religião.

Em 2018, o Tribunal Federal da Malásia, decidiu que o acordo do pai e da mãe é necessário para a conversão religiosa de menores, porém, assim como o caso de Loh, outros continuam acontecendo. Conforme relatado pela MSN, as autoridades locais são frequentemente acusadas de não aplicar a lei por medo de serem vistas como “não-islâmicas”. Segundo os grupos humanitários, a maioria dos casos de “conversão unilateral” não é registrada, e só tornam-se conhecidos quando um dos pais vai ao tribunal.

 

Com informações MSN e AFP

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