Durante o mês do Ramadã, muçulmanos celebram a primeira revelação que Maomé recebeu do Alcorão. O propósito do jejum é sair do cotidiano e reexaminar a vida sob o contexto de um ideal maior. Dessa forma, todo muçulmano não deve comer, beber — até mesmo água — e ter relações sexuais. Porém, durante o período, muitos cristãos não podem comer em público e precisam manter um perfil ainda mais discreto que o usual.

Segundo um pesquisador de campo, no Oeste Africano, em áreas tradicionalmente cristãs, muçulmanos usam estratégias para criar a impressão de que estão dominando. Durante celebrações, líderes religiosos pagos por muçulmanos de áreas vizinhas vão para a capital em grande número para criar a impressão que eles têm um número maior de seguidores do que realmente possuem.

A seguir quatro dos principais desafios enfrentados pelos cristãos durante o Ramadã:

01 – Desafios físicos: eles são atacados, abusados, proibidos de comer, agredidos e, às vezes, mortos. Cristãos ex-muçulmanos são muito pressionados para que recitem a shahada (confissão que declara: “Não há outro Deus além de Alá e Maomé é seu profeta”). Caso não recitem a confissão, se torna claro que a pessoa “se tornou um kafir (infiel)”.

02 – Desafios emocionais: aqueles que cedem à pressão precisam lidar com a culpa. Se não há quem os ajude a superar a culpa e mostrar como o Senhor pode restaurá-los, eles não serão capazes de amadurecer como cristãos e isso pode impactar a comunidade.

03 – Desafios socioeconômicos: todo muçulmano deve dar 2,5% das economias líquidas anuais para que haja recursos para serem utilizados quando necessário. Uma pessoa que se converteu não tem mais o direito de utilizar esses recursos. Isso significa que muitos não conseguem comprar comida, pagar mensalidades da escola, pagar contas médicas, o aluguel da casa ou ter fundos para começar um negócio. Além disso, muçulmanos não apoiarão um negócio comandado por um cristão ex-muçulmano. Essa é uma forma muito efetiva de convencer alguém a voltar para o islamismo.

04 – Desafio da solidão: os muçulmanos quebram o jejum juntos e esse é um tempo que fortalece a comunidade e a família. Com isso, as noites são maravilhosas, já que há comida e comunhão. Porém, muitas vezes, cristãos ex-muçulmanos não encontram esse tipo de comunhão na igreja. A comunidade muçulmana tem tudo a ver com a sociedade. Todos existem porque a comunidade existe e cada indivíduo é importante. Entretanto, mais do que nunca, as igrejas são individualistas. Cada um carrega seu próprio fardo. Por isso é difícil cristãos ex-muçulmanos lidarem com isso. Por exemplo, durante o Natal, cristãos deixam as cidades para visitar as famílias. Dessa forma, os cristãos ex-muçulmanos são deixados sozinhos. Com isso, durante os principais dias islâmicos e cristãos, eles estão sozinhos.

 

Com informações: Portas Abertas

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