A revista Pediatrics, publicou na última segunda-feira (20) o recente estudo “Tendências em obesidade grave entre crianças de 2 a 4 anos no WIC: 2010 a 2020”. A publicação destaca que comportamentos como insegurança alimentar, maus hábitos de sono, ingestão de fast foods e muito tempo de exposição à telas, tem resultado cada vez mais no diagnóstico de obesidade grave em crianças americanas entre 2 e 4 anos de idade.

De acordo com os gráficos de crescimento dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, a obesidade grave é definida quando o índice de massa corporal específico do sexo para a idade é maior ou igual ao percentual 95.

As tendências da obesidade grave foram examinadas em 16,6 milhões de crianças de idade entre 2 e 4 anos inscritas no Programa Especial de Nutrição Suplementar para Mulheres e Bebês e Crianças de 2010 a 2020. A equipe de pesquisadores liderada por Lixia Zhao, da Divisão de Doenças Cardíacas e Prevenção de AVC do CDC, destacou no estudo, que, “de 2016 a 2020, a prevalência aumentou significativamente em geral e entre os subgrupos sociodemográficos, exceto para crianças indígenas americanas/nativas do Alasca e crianças brancas não hispânicas. Os maiores aumentos ocorreram em crianças de 4 anos e crianças hispânicas”, observaram.

Os pesquisadores Dr. Sarah C. Armstrong da Duke University e Asheley C. Skinner também alertaram que os profissionais de saúde e legisladores devem ter “grande preocupação” sobre essas descobertas, visto que, “há pouca compreensão sobre o que efetivamente trata a obesidade antes dos 6 anos de idade”.

Armstrong e Skinner comentaram, na pesquisa intitulada “Obesidade grave em crianças pequenas: um canário na mina de carvão para a saúde das gerações futuras , sobre a diferença entre a obesidade grave e as outras formas mais leves de sobrepeso e obesidade: “dados nacionais confiáveis ​​e representativos mostram que a obesidade grave na infância está fortemente associada à hipertensão, dislipidemia, pré-diabetes e mortalidade precoce”, escreveram os pesquisadores, que enfatizam: “É fundamental notar que o desenvolvimento de obesidade grave tão cedo na vida é quase irreversível”.

Diante das descobertas, os estudiosos sugerem que a abordagem sobre a obesidade grave deverá ser multifacetada, afim de inspirar mudanças de comportamento, devido à vários fatores ajudarem a impulsionar a incidência do problema.

“De vários fatores considerados, a insegurança alimentar (IA) (risco relativo [RR] 1,32) foi mais fortemente associada à obesidade, seguida pela duração do sono <11 horas por dia (RR 1,3), consumo diário de fast food ou refrigerantes ( RR 1,25) e tempo de tela >1 hora por dia (RR 1,22)”, continuaram Armstrong e Skinner. “Todos combinados, estes quatro fatores representaram 43% do risco de obesidade nesta população aos 4,5 anos de idade. Assim, a prevenção eficaz da obesidade precoce terá de visar múltiplos fatores comportamentais e sociais para ter sucesso”.

Nos estudos citados pelos pesquisadores, é evidenciado que 90% das crianças que desenvolvem obesidade aos 3 anos ainda terão obesidade na adolescência.

“A obesidade grave de início precoce está correlacionada com o risco mais precoce e mais grave de doenças crônicas; Lycett et al demonstraram que o IMC elevado aos 2 anos de idade está associado ao aumento da pontuação de risco de síndrome metabólica aos 11 anos”, observaram.

 

Com informações Christian Post

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