Jamie Reed, ex-funcionária de uma clínica pediátrica de transição de gênero nos EUA, escreveu um artigo de opinião para o The Free Press, publicado na última quinta-feira (9), com o título: “Achei que estava salvando crianças trans. Agora estou soprando o apito”.

Reed trabalhou por quatro anos como gerente de caso no Washington University Transgender Center, no St. Louis Children’s Hospital em St. Louis, Missouri, e agora expôs que a forma como o sistema médico americano trata esses pacientes é “o oposto da promessa que fazemos de ‘não causar danos’.

Ela relatou que quando decidiu sair da clínica, em novembro de 2022, tinha entendido que estavam “prejudicando permanentemente os pacientes vulneráveis” que estavam sob seus cuidados, e “que os médicos supostamente confiavam demais na promoção da transição de gênero para crianças, apesar dos riscos”, escreveu.

Reed lidava com “a admissão e supervisão de pacientes”, e no artigo ela descreve suas práticas e a pressa geral em adotar intervenções cirúrgicas e químicas para crianças com disforia de gênero como “moral e clinicamente terríveis”.

Ela conta que houve uma espécie de “contágio social” em relação ao aumento no número de adolescentes que buscam testosterona, e também lamentou sobre o processo pelo qual os pacientes que procuram obter hormônios do sexo oposto no Centro Transgênero da Universidade de Washington precisam passar.

“Para iniciar a transição, as meninas precisavam de uma carta de apoio de um terapeuta – geralmente um recomendado por nós – que elas precisavam ver apenas uma ou duas vezes para obter o sinal verde. Para tornar isso mais eficiente para os terapeutas, oferecemos a eles um modelo para como escrever uma carta de apoio à transição”, relatou ela.

Segundo Reed, o próximo passo já obter a receita do hormônio, com apenas uma única visita ao endocrinologista. Ela discorre sobre os principais efeitos colaterais da prescrição de testosterona para adolescentes: “As vozes diminuem, as barbas brotam, a gordura corporal é redistribuída. O interesse sexual explode, a agressividade aumenta e o humor pode ser imprevisível”, escreveu.

Reed também criticou o site da clínica por prometer que “quando você elimina a disforia de gênero permitindo que uma criança seja quem ela é, percebemos que isso desaparece”. O site do centro médico afirma ainda, possuir estudos que “mostram que essas crianças muitas vezes acabam funcionando psicossocialmente tão bem ou melhor do que seus colegas”.

Ela descreveu essas afirmações como falsas, enfatizando que “não há estudos confiáveis ​​mostrando isso”.

A ex-gerente de caso relatou sentir “uma obrigação médica e moral de fazer algo” pela primeira vez na primavera de 2020, quando começou a compartilhar suas preocupações em e-mails e conversas no escritório. Após isso, Reed percebeu que suas avaliações de desempenho começaram a se deteriorar, chegando a ser instruída por médicos da clínica, a parar de questionar “a medicina e a ciência” e “subir a bordo ou sair”.

Em novembro de 2022, ela deixou seu cargo e foi transferida para uma Escola de Medicina da Universidade de Washington.

Reed iniciou o artigo se definindo como “uma mulher queer” que está “politicamente à esquerda de Bernie Sanders”, e concluiu pedindo uma “moratória no tratamento hormonal e cirúrgico de jovens com disforia de gênero”.

Em resposta, ainda na quinta-feira (9), a Washington University of St. Louis se pronunciou por meio de comunicado, afirmando estarem “alarmados com as alegações relatadas no artigo publicado pela The Free Press descrevendo práticas e comportamentos que a autora diz ter testemunhado enquanto trabalhava no Centro Transgênero da universidade”.

A universidade afirmou que as acusações estão sendo levadas a sério e que uma investigação será feita afim de apurar os fatos.

“Como sempre, nossa maior prioridade é a saúde e o bem-estar de nossos pacientes. Estamos comprometidos em fornecer cuidados compassivos e centrados na família a todos os nossos pacientes e mantemos nossos médicos nos mais altos padrões profissionais e éticos”, diz o comunicado.

O artigo de Reed surge em um momento em que diversos estados norte americanos começaram a proibir as intervenções para pacientes menores, devido às preocupações sobre o impacto a longo prazo dos bloqueadores da puberdade, hormônios do sexo oposto e transições de gênero.

Legisladores no Alabama , Arizona e Arkansas aprovaram leis que proíbem a realização de tais operações em menores, enquanto os Conselhos de Medicina e Medicina Osteopática da Flórida fizeram o mesmo.

 

Com informações Christian Post

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