Apesar de a mídia internacional compartilhar com frequência, diversos relatórios que mostram o alto índice de perseguição às minorias religiosas na Índia, o governo ousou negar, nesta terça-feira (23), que exista qualquer perseguição a cristãos no país.

Há muito tempo missionários e líderes cristãos recebem falsas acusações de converterem hindus pobres à força. A legislação indiana não restringe a conversão religiosa, e, embora existam leis que protegem às minorias, a comunidade cristã é constantemente vítima de discriminação e uma série de ataques.

A realidade dos cristãos no país é de violência em um nível extremo, e “se intensifica, visto que extremistas hindus visam limpar o país da presença e influência deles. A força motora por trás disso é a hindutva, uma ideologia que não considera os cristãos indianos e outras religiões minoritárias como verdadeiros indianos. Como os cristãos geralmente têm alianças fora da Índia, a hindutva alega que o país deve ser purificado da presença deles”, explica a Portas Abertas.

Ataques contra igrejas, ameaças e intimidações de cristãos, boicotes sociais, espancamentos e prisões arbitrárias fazem parte do cotidiano das minorias cristãs. E esses dados são relatados por organizações de todo o mundo.

A International Christian Concern critica a postura do governo indiano de tentar “manter uma imagem pública que fale de uma sociedade harmoniosa e multi-religiosa”, e omitir os graves abusos de direitos humanos que ocorrem no país.

O procurador-geral da Índia, Tushar Mehta, afirmou recentemente que as noções de crescente perseguição e ataques contra os cristãos são baseadas em “fatos malfeitos e egoístas e artigos e relatórios egoístas… baseados em mera conjectura.”

O primeiro-ministro, Narendra Modi, membro vitalício do grupo fascista Hindutva RSS, pouco fez para resolver o problema em seu país. Nos primeiros dias de sua carreira, Modi ficou conhecido como o ‘Açougueiro de Gujarat’, por ter ignorado um massacre antimuçulmano que resultou em uma proibição de viagem para os EUA.

O diretor de Advocacia da International Christian Concern, Matias Perttula, comentou sobre a recente afirmação da Índia.

“A comunidade internacional deve abordar a ascensão de elementos fascistas na Índia para garantir que a maior democracia do mundo permaneça uma democracia. O governo indiano pode negar o aumento da perseguição contra cristãos e outras minorias religiosas durante todo o dia, mas os fatos permanecem os fatos – a perseguição está aumentando e se tornando cada vez mais violenta”, afirmou Perttula.

 

Com informações International Christian Concern (ICC), BBC News e Portas Abertas

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