Após 20 anos fazendo tatuagens pelo corpo, o fotógrafo Leandro de Souza se converteu ao Evangelho e iniciou o processo de remoção das tatuagens pelo seu corpo. O homem, de 35 anos, chegou a ser reconhecido como o “homem mais tatuado do Brasil”, na Expo Tattoo Internacional de Santa Rosa, em 2023.
O testemunho de Leandro viralizou nas redes sociais, quando ele resolveu compartilhar a sua história de conversão, abandono das drogas e o processo de remoção da tatuagem de caveira do rosto, via aplicação de laser.
Ele conta que, após um ano e sete meses de convertido parou de consumir drogas, bebidas e cigarros, “da noite para o dia”. O tratamento a laser foi ofertado gratuitamente por uma clínica, que se solidarizou com o vídeo de seu testemunho e pedido de emprego.
Em busca de ser admirado e chamar atenção por onde passava, Leandro se tornou obcecado por se tatuar, mas com o tempo, passou a se sentir “como uma atração de circo. Não queria mais essa vida para mim”, disse em entrevista ao portal Uol.
Apesar de utilizar anestesia, o processo de remoção das tatuagens é doloroso. “É horrível a dor. Mas isso é parte do preço das coisas que fiz no passado. Estou confiante porque a equipe da clínica é excelente e os resultados têm sido satisfatórios”, ressalta Leandro.
Com 95% do corpo tatuado, o fotógrafo já foi submetido a duas sessões de remoção a laser e acredita que serão necessárias cerca de oito sessões, a cada três meses, durante dois anos para conseguir remover todos os desenhos.
A vida de Leandro carrega muitas marcas. Adotado quando bebê, sua mãe mentia sobre sua origem com medo de perdê-lo. Apesar de todo amor que recebia, ter descoberto sua adoção por um amigo da escola lhe causou alguns traumas. Abusado sexualmente, aos 4 anos, por policial militar que frequentava a casa de sua babá, também causou um impacto profundo em sua vida e influenciou em decisões tomadas na fase adulta.
Em sua adolescência, passou por desvios e chegou a ser preso. Se envolveu com drogas, teve um filho e aos 23 anos foi acusado de estelionato juntamente com um amigo, o que o fez perder a curatela da mãe, diagnosticada com demência senil.
“Eu fui preso por estelionato e, devido às irresponsabilidades com a minha vida, perdi a curatela dela. O asilo não cuidou bem das finanças dela, e a casa foi saqueada e as contas se acumularam”, relata.
Leandro tem lutado para reestruturar a casa de sua mãe e conseguir a curatela dela novamente. Com a ajuda de seus seguidores nas redes sociais, por meio de uma vaquinha online, tem angariado recursos para arcar com a alimentação e hospedagem em Franco da Rocha, São Paulo, onde fica a clínica que faz o tratamento de remoção das tatuagens.
“Farei o que for preciso para ter meu filho e minha mãe ao meu lado”, afirmou Leandro.
Com informações Uol