Exatos 50 anos após a última batalha enfrentada por Israel – a Guerra do Yom Kippur, ocorrida de 6 a 26 de outubro de 1973 –, a nação israelense volta às armas para defender a sua liberdade. No sábado 7 de outubro, no dia de encerramento da Festa dos Tabernáculos deste ano, soldados do grupo terrorista Hamas invadiram o território de Israel pelo sul, rompendo as cercas da Faixa de Gaza e espalhando morte e destruição na região. Simultaneamente, foram lançados mais de 5 mil foguetes contra o território de Israel, a maior quantidade já lançada sobre o país de uma só vez, de maneira que mesmo o extraordinário sistema do Domo de Ferro não conseguiu deter todos os foguetes, com muitos deles caindo em bairros residenciais, matando e ferindo pessoas.

No primeiro dia de conflito, mais de 700 judeus foram mortos (a maior quantidade de judeus mortos em um só dia desde o Holocausto), contra cerca de 300 do lado inimigo após uma contraofensiva de Israel. Entre os mortos do lado israelense, mais de 200 jovens que participavam de uma festa a 300 metros da fronteira da Faixa de Gaza. Entre os mortos israelenses, mulheres, crianças e idosos. Milhares de pessoas foram sequestradas pelo Hamas, inclusive crianças, que, conforme imagens divulgadas pelos terroristas e que chocaram o mundo, foram colocadas em gaiolas. Aliás, um dos recursos usados pelos terroristas para espalhar o medo na população é justamente a divulgação de vídeos produzidos por eles mesmos mostrando as atrocidades contra o povo judeu. Esses vídeos correram o mundo via redes sociais.

Ainda no sábado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez dois discursos à nação – um pela manhã e outro à noite, com tom ainda mais forte. Já no discurso pela manhã, Netanyahu anunciou que o país estava oficialmente em guerra – algo que não ocorria desde 1973 – e que o governo havia convocado 80 mil reservistas (a idade dos reservistas vai de 20 a 50 anos) para o combate. À noite, ele falou dos objetivos a serem alcançados, declarou que a guerra será longa e que haverá o custo de vidas humanas. “O Hamas quer matar todos nós. É um inimigo que mata crianças e mães nas suas casas e nas suas camas. Um inimigo que rapta idosos, crianças e mulheres. Assassinos que espancam e cortam os nossos cidadãos. Israel nunca viu isso – o que aconteceu hoje antes, e vou garantir que não aconteça novamente. Todo o governo apoia esta decisão”, disse o primeiro-ministro.

Netanyahu acrescentou que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) usarão todo o seu poder de combate para destruir a infraestrutura e capacidades dos combatentes do Hamas. “Vamos nos vingar deste dia sombrio que trouxeram ao Estado de Israel e aos seus cidadãos. Transformaremos em ruínas as cidades onde o Hamas opera. Digo ao povo de Gaza para sair imediatamente porque agiremos em todos os lugares e com todas as nossas forças”, enfatizou. “Esta guerra levará tempo e será difícil. Dias difíceis ainda estão por vir. Mas posso garantir uma coisa: com a ajuda de Deus e com a ajuda da união de todas as forças, com a ajuda da nossa fé na eternidade de Israel, venceremos”, concluiu o primeiro-ministro. Israel recebeu o apoio oficial dos Estados Unidos e da União Europeia.

Até a manhã de hoje, o exército de Israel ainda estava tentando reconquistar todas as áreas povoadas que haviam sido tomadas pelo Hamas, com algumas já tendo sido reconquistadas. Mísseis foram lançados também por Israel destruindo prédios do Hamas em Gaza no sábado e no domingo.

Ainda não há informações oficiais do que possibilitou a entrada dos terroristas pelas cercas na fronteira com Gaza, sem resistência. A informação extraoficial que circulava na imprensa em Israel é que havia ocorrido um ataque cibernético, em que os sensores foram desligados, bem como o sistema de câmeras e que os soldados que trabalhavam nesse sistema não puderam então avisar os soldados de plantão da invasão, de maneira que todos foram pegos de surpresa. O governo de Israel suspeita de interferência direta do Irã, maior patrocinador do Hamas e do Hezbollah, grupo terrorista do Líbano que chegou a jogar morteiros sobre o território de Israel ao norte logo após a invasão do Hamas pelo sul. Foi divulgado também que, poucos dias antes do ataque, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Qatar, se reuniu com o líder do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, ocasião em que suspeita-se que o ataque tenha sido autorizado.

Havia duas caravanas evangélicas de brasileiros em turismo na Terra Santa quando ocorreram os ataques. Até o fechamento desta edição, alguns desses irmãos haviam conseguido voltar ao Brasil antes do aeroporto de Tel Aviv sofrer ataques e ser fechado, mas havia ainda mais de 100 brasileiros dessas caravanas que não haviam conseguido e estavam ainda no país, esperando o auxílio do governo brasileiro, que estava preparando uma aeronave para resgatar esses brasileiros em Israel.

Redação CPAD News

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