Julie*, de 14 anos, cresceu em uma cultura predominantemente islâmica. Ela vive com os pais, Merna* e Sherif*, e os irmãos gêmeos, de oito anos, no subúrbio do Cairo, no Egito. A cultura egípcia valoriza muito mais filhos do que filhas. Quando nasceu, a jovem foi valorizada até a chegada dos irmãos gêmeos. Antes do nascimento deles, ela teve a oportunidade de estudar em uma boa escola particular.

Quando ela completou seis anos, a mãe teve os gêmeos e a atenção dos pais foi para os recém-nascidos. Eles finalmente tinham os meninos que esperaram por tanto tempo e Julie já não tinha a mesma atenção deles. “Eu me tornei invisível e me sentia um fardo. Por conta de recursos financeiros limitados, meu pai me tirou daquela escola quando eu tinha 11 anos. Fui para uma escola pública próxima, com cerca de 70 alunos por turma. Os recursos eram escassos e as regras desrespeitadas. Bullying e assédio eram práticas comuns”, lembrou.

A jovem sofreu constante humilhação e discriminação de professores e colegas de classe. Muitas vezes, ameaças físicas a paralisavam, sentindo-se encurralada pela vulnerabilidade e ansiedade. No entanto, por medo, ela nunca revelou aos pais. Até que a mãe percebeu as mudanças em seu comportamento e os sinais de ansiedade.

Reconhecendo a urgência da situação, a menina foi levada ao médico, aonde foram realizados diversos exames. Ao final, foi constatado de que ela não tinha problemas físicos, mas psicológicos. A mãe de Julie buscou ajuda profissional na igreja.

*Nomes alterados por motivo de segurança.

 

Com informações: Portas Abertas

Enviar

Deixe uma resposta