Após os ataques ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), ocorridos neste domingo (8), agentes da Polícia Militar do Distrito Federal e da Força Nacional de Segurança detiveram cerca de 1.200 pessoas que estavam acampadas em frente ao QG do Exército, Brasília.

Na tarde do último dia 8 de janeiro, um grande grupo invadiu as sedes dos Três Poderes, causando desordem e depredação dos espaços. Spray de pimenta foi utilizado por policiais militares, na tentativa de conter a invasão, mas não foi o suficiente.

Os invasores só começaram a ser efetivamente dispersados das sedes dos poderes da República, por volta das 19h, cerca de 4h após o início.

Em anúncio público à imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal no DF, até o dia 31 de janeiro.

Aproximadamente às 21h, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que 200 pessoas haviam sido presas em flagrante e que as prisões continuariam no decorrer da noite.

Na manhã desta segunda-feira (9), o Exército e a Polícia Militar deram início ao cumprimento da determinação do ministro Alexandre de Moraes, que exige a desocupação em 24 horas, dos acampamentos instalados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares que serviram para a prática de atos antidemocráticos. O ministro determinou ainda, a prisão dos participantes e verificação nos hotéis da região, onde estariam os financiadores do ato.

Segundo estimativa da PF, mais de 1.200 pessoas foram detidas e cerca de 50 ônibus seguiram para superintendência. De acordo com a Comunicação Social do Exército, mais de 40 ônibus removeram ao menos 1.500 indivíduos para a superintendência da Polícia Federal, onde serão identificados. Haverá uma separação entre os que foram ao ato terrorista ontem e os que estavam apenas acampados. No entanto, o número oficial só será divulgado após triagem.

Conforme informações da Uol, algumas pessoas permaceram no acampamento, recolhendo seus pertences.
Nesta segunda-feira (9), o Palácio do Planalto divulgou uma lista prévia das obras de arte que foram destruídas durante a invasão dos criminosos.

“Vândalos destruíram acervo que representa a história da República e das artes brasileiras”, diz comunicado, que destaca entre as obras danificadas, “As mulatas” de Di Cavalcanti , principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, com valor estimado em R$ 8 milhões.

Afastamento do governador do DF

Na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou o afastamento do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias.

De acordo com o Moraes, a decisão foi tomada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, do qual é relator, e após analisar um pedido do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e da Advocacia-Geral da União.
Para o ministro, os atos terroristas deste domingo tiveram a anuência do governo do DF:

“A escalada violenta dos atos criminosos resultou na invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, com depredação do patrimônio público, conforme amplamente noticiado pela imprensa nacional, circunstâncias que somente poderiam ocorrer com a anuência, e até participação efetiva, das autoridades competentes pela segurança pública e inteligência, uma vez que a organização das supostas manifestações era fato notório e sabido, que foi divulgado pela mídia brasileira”, escreveu Moraes na decisão.

Ainda neste domingo (8), Ibaneis publicou um vídeo com pedido de desculpas ao presidente Lula e aos demais poderes.

 

Com informações CNN, UOL e G1

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