Acusada por alguns meios de comunicação, de ter ideologia ligada ao “fascismo”, a mais nova eleita primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirma que seu foco é defender Deus, a família e o país.

Meloni, 45 anos, venceu as eleições gerais italianas neste domingo (25), com 26% dos votos, e será a primeira mulher a ocupar este cargo no país.

O partido Brothers of Italy, do qual ela é líder, conquistou 119 dos 400 assentos na Câmara dos Deputados, e 65 dos 200 assentos no Senado italiano, segundo dados divulgados na última terça-feira.

O Brothers of Italy possui raízes que remontam ao Movimento Social Italiano pós-Segunda Guerra Mundial pós-fascista, e faz parte da coalizão de centro-direita que formará o próximo governo. Conforme informado pelo Christian Post, a coalizão de centro-direita terá 115 dos 200 assentos no Senado italiano e 237 dos 400 assentos na Câmara dos Deputados.

Em um comunicado divulgado em suas redes sociais, Meloni agradeceu aos italianos por terem confiado a ela e a seu partido essa responsabilidade. “Agora será nossa tarefa não decepcioná-los e fazer o máximo para restaurar o orgulho e a dignidade de nossa nação”, disse.

Giorgia Meloni é vista por seus apoiadores, como uma pessoa comprometida com a defesa dos valores de Deus, família e país, fazendo oposição aos líderes europeus que “adotam cada vez mais os valores cosmopolitas e seculares de organizações supranacionais como a União Européia”, explica o Christian Post.

No entanto, a política e seu partido estão sendo vinculados ao fascismo, pelos principais meios de comunicação. Em um artigo do New York Times, foram usadas as palavras “fascista” ou “fascismo” 28 vezes ao discutir a possibilidade de sua vitória nas eleições.

As propostas de Meloni foram definidas como,” caracterizadas pelo protecionismo, medidas duras contra o crime e proteção da família tradicional, têm continuidade com os partidos pós-fascistas, embora atualizadas para criticar lobbies LGBT e migrantes”, em um artigo publicado neste sábado, no New York Times.

“A incendiária de 45 anos insiste que não é fascista, apenas uma orgulhosa conservadora e nacionalista, confortável, no entanto, com algumas das marcas do fascismo italiano, como este lema: Deus, pátria e família”, relatou uma reportagem da CBS News, mencionando a ascensão do ditador fascista Benito Mussolini 100 anos antes, “marchando o país em duas décadas de ditadura e ao lado de Hitler, na Segunda Guerra Mundial”.

Durante a reportagem da CBS, um apoiador de Meloni foi questionado sobre a bandeira do partido Brothers of Italy ter “o mesmo símbolo que está no túmulo de Benito Mussolini”, se eles alegam que “não há conexão com o fascismo”.

Em um editorial para o Jornal Wall Street, Alberto Mingardi, professor de história e pensamento político da Universidade IULM, em Milão, e Nicola Rossi, professor de economia política da Universidade Tor Vergata, em Roma, defenderam que “não há risco de autoritarismo”. “Meloni, uma política de carreira, tem defendido as prerrogativas do Parlamento contra invasões do poder executivo”, afirmaram.

Nos últimos anos, Giorgia Meloni veio enfatizando sua filosofia em diversos discursos públicos. Em um Congresso Mundial das Famílias em 2019, a política questionou: “Por que a família é um inimigo? Por que a família é tão assustadora?”

“Porque nos define. Porque é a nossa identidade. Porque tudo o que nos define agora é um inimigo para aqueles que gostariam que não tivéssemos mais identidade e fôssemos simplesmente escravos de consumo perfeitos”, sugeriu ela.

Meloni expressou ainda preocupação ao dizer que não pode se “definir como italiana, cristã, mulher, mãe”, mas deve se definir como “cidadã x, sexo x, pai 1, pai 2”.

Já em uma Conferência de Ação Política Conservadora deste ano, uma reunião anual de conservadores em Orlando-Fl, Meloni afirmou em seu discurso que, “tudo o que defendemos está sob ataque”.

“Nossa liberdade individual está sob ataque. Nossos direitos estão sob ataque. A soberania de nossa nação está sob ataque. A prosperidade e o bem-estar de nossas famílias estão sob ataque. A educação de nossos filhos está sob ataque”, disse ela.

“As pessoas entendem que nesta época, a única maneira de ser rebelde é preservar o que somos”, insistiu Meloni, afirmando que , “a única maneira de ser rebelde é ser conservador.”

“Não vamos nos importar com os rótulos que eles colocam em nós”, disse ela, ao defender que “uma vez que homens e mulheres de direita sejam admitidos nos círculos progressistas, eles terão mudado tanto que os conservadores não os reconhecerão mais e deixarão de apoiá-los, e é exatamente isso que eles querem”, afirmou.

Em um outro, mais recente, discurso Meloni declarou: “Sim à família natural, não ao lobby LGBT, sim à identidade sexual, não à ideologia de gênero, sim à cultura da vida, não ao abismo da morte, não à violência do Islã, sim para fronteiras mais seguras, não para imigração em massa, sim para trabalhar para nosso povo.”

 

Com informações Christian Post

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