Centenas de manifestantes, liderados pelo Comitês de Resistência, grupo de base que rejeita qualquer negociação com os líderes militares do Sudão, os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, tomaram as ruas em Cartum, capital do Sudão, na última quinta-feira (8).

Os manifestantes tinham como objetivo a destituição dos governantes militares. Eles rejeitaram um acordo assinado entre os líderes do golpe e uma facção do antigo bloco civil e diversos outros aliados. O grupo pediu que Burhan e Dagalo, que lideraram um golpe no último ano, fossem julgados no tribunal. Forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e mangueiras de água contra os manifestantes, mas não houve relatos de vítimas.

A pesar do último acordo ter sido bem recebido por parceiros internacionais do Sudão, o telejornal PBS NewsHour relatou que ele oferece apenas contornos muito amplos de como o país fará sua retomada para a democracia e evita questões políticas sensíveis relativas. Também não está claro como será equilibrado o poder entre um novo governo civil e militar.

Segundo o acordo, um exército reformado fará parte de um “conselho de defesa e segurança” supervisionado por um novo primeiro-ministro. Tanto a Organização das Nações Unidas quanto os Estados Unidos, que intermediaram meses de negociações entre os partidos junto a diversos outros atores internacionais, reconhecem a fragilidade do acordo.

 

Com informações: Portas Abertas (15.12.22)

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