Pablo* e seus irmãos sempre tiveram como objetivo estudar e contribuir com a renda familiar na Nicarágua. Numa ocasião, ele foi escolhido para servir o Estado, depois que militares visitaram a sua escola. Por mais de uma década, ele serviu ao Serviço Militar Patriótico (SMS), um grupo criado para combater as guerrilhas durante a Revolução Nicaraguense, entre 1979 e 1990.

Frequentemente, ele enfrentava perigo por bombas e balas nas colinas de Mulukuku. Nos períodos de descanso, nas tendas, ele começou a ouvir de um Deus que cuidava do seu povo e ficou intrigado. Ele pediu explicações ao companheiro de batalhão, Saul, que lhe ensinou o evangelho. No entanto, Pablo apresentou sérios problemas psiquiátricos ao presenciar tanta morte, caos e violência.

Devido a esse quadro, ele decidiu deixar o exército. A decisão gerou consequências para Pablo e sua família. Entre elas, há a negação da matrícula dos filhos na escola para continuar os estudos, menos oportunidades de emprego para sua esposa e a negação do status legal da igreja que ele fundou em 2000, que não teve a liberação do governo para funcionar.

Devido aos obstáculos do governo, o pastor e os membros da igreja decidiram se reunir em casas. Desde a implementação da Lei 1.115, em 2022, esta é uma situação que muitas igrejas no país enfrentam. O governo Ortega mostra uma pressão contínua contra os líderes das igrejas não alinhadas com seu governo, por isso as fecha e expropria.

* Nome alterado por motivo de segurança.

Com informações: Portas Abertas

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