Os pescadores tiveram um papel fundamental para evitar uma tragédia ainda maior no naufrágio da lancha Dona Lourdes II, que matou 22 pessoas, próximo a praia da Saudade, Ilha de Cotijuba, em Belém (PA), na manhã do dia 08 de setembro. Eles ajudaram no resgate de 50 dos 66 sobreviventes, e também corpos e pertences das vítimas. Na ocasião, o governo do Pará decretou luto oficial de três dias, a contar do dia seguinte (09).

José Cardoso Lemos, o Zezinho, 49 anos, e o irmão José foram alguns desses heróis anônimos. Os irmãos encontraram vários objetos, entre eles uma bolsa com R$ 5 mil, que foi entregue à polícia. “Uns falaram para mim: eu não tinha devolvido, porque já tinha morrido e você perdeu seu material. Eu disse: a minha consciência que vale com Deus lá em cima. Meu material estava todo na água, mas aquele monte de vida que estava ali vale mais que o meu material”, disse Zezinho.

Pescador há 35 anos, o morador da região disse não saber de onde tirou forças para resgatar as vítimas do acidente. Há alguns anos, ele sofreu um acidente e perdeu quase 50% do movimento do lado esquerdo do corpo. Um dos familiares que o ajudou foi o sobrinho José Carlos, de 19 anos, que tem deficiência auditiva.

A primeira pessoa que o pescador resgatou foi o dono da embarcação, identificado como Marcos de Souza Oliveira, de 34 anos, que, ao ser salvo, supostamente queria voltar para a praia da Saudade imediatamente, possivelmente com medo do que poderia acontecer com ele. Ele deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

Com informações: G1, O Liberal, Liberdade Agência de Publicidade LTDA (21.09.22)

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