No início do mês, o vice-presidente da Indonésia, Ma’ruf Amin, se pronunciou contrário à proposta do Ministério de Assuntos Religiosos da Indonésia que pretende acabar com o papel do Fórum de Harmonia Inter-religiosa (Forum Kerukunan Umat Beragama, ou FKUB), que dificulta a construção de locais de culto de religiões minoritárias.

Ma’ruf Amin, cujo mandato termina em outubro, afirmou que “a regra de estabelecer casas de culto é um acordo dos conselhos religiosos”, e que as autoridades do ministério deveriam se atentar “para o que e por que a regulamentação ocorreu — há razões pelas quais a regulamentação foi feita”, ele disse. “E ouça muitas opiniões daqueles envolvidos naquela época.”

O FKUB, além de ser um órgão dominado por muçulmanos, foi estabelecido com a ajuda de Ma’ruf Amin.

“Lembro que fui eu quem deu à luz a ele. A partir dos resultados dessas discussões, um acordo foi feito e então declarado como uma regulamentação conjunta do ministro da religião e do ministro dos assuntos internos”, contou o vice-presidente.

De acordo com o detik.com, o ministro de Assuntos Religiosos da Indonésia, Yaqut Cholil Qoumashad, chegou a anunciar que o governo estava planejando uma mudança nas regulamentações com a finalidade de facilitar a construção de locais de culto dos grupos religiosos minoritários.

“O governo, para mostrar sua presença entre os grupos religiosos minoritários, considera que a recomendação para o estabelecimento de uma casa de culto é suficiente apenas com o ministério da religião, e, a partir de agora, revoga o papel do FKUB”, disse Yaqut, no Diálogo Nacional e Reunião Nacional de Trabalho do Movimento Cristão da Grande Indonésia (Gekira), no Hotel Bidakara, em Jacarta, no último dia 3 de agosto.

No entanto, o pronunciamento contrário de Ma’ruf Amin preocupa o vice-presidente da organização de direitos humanos Setara Institute for Democracy and Peace, Bonar Tigor Naipospos, que teme um atraso na implementação do novo regulamento e o cumprimento dos direitos constitucionais de grupos minoritários. “O problema é que a declaração de Ma’ruf Amin pode representar um grande poder por trás dele — o poder dos islâmicos que nem sempre estão alinhados com os indonésios moderados”, disse Bonar ao Morning Star News.

Segundo os dados da Lista Mundial da Perseguição 2024, divulgada pela Portas Abertas, a Indonésia é o 42º país onde é mais difícil ser cristão. O relatório afirma que a sociedade indonésia adotou um caráter islâmico mais conservador, e as igrejas envolvidas em evangelismo correm o risco de serem alvos de grupos extremistas islâmicos.

 

Com informações Christian Post e Portas Abertas

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