Na última semana, cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos anunciaram, durante a reunião anual da Sociedade Internacional para Pesquisa de Células-Tronco (ISSCR), a criação dos primeiros embriões sintéticos de humanos em um laboratório.
Segundo Magdalena Żernicka-Goetz, professora da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, o cultivo dos embriões a partir de células-tronco embrionárias ocorreu um pouco além do período de 14 dias.
Żernicka-Goetz afirma que os modelos de embriões são muito parecidos com embriões humanos, o que poderá ajudar na descoberta de informações sobre distúrbios genéticos ou causas de abortos espontâneos. “Um caminho muito importante para descobrir por que tantas gestações falham, já que a maioria das gestações falha na época do desenvolvimento em que construímos essas estruturas”, disse a pesquisadora.
Apesar de o modelo chegar a mostrar células primordiais que são as precursoras do óculo e do esperma, os cientistas explicam que o embrião ainda não tem coração pulsante nessa fase, bem como intestino ou começo de cérebro.
O experimento tem por finalidade estudar e identificar mecanismos genéticos. Não há alguma perspectiva para uso na prática clínica, o que é proibido nos países onde o trabalho está sendo conduzido.
Para Kathryn MacKay, professora de ética na saúde da Universidade de Syndey, na Austrália, existe uma questão moral envolvida na criação de algo em laboratório. “Se eles puderem viver como suas próprias entidades plenas, então devemos perguntar se é moralmente permissível criar seres vivos apenas para fins de pesquisa. No momento, modelos animais sugerem que esses embriões sintéticos não seriam capazes de se transformar em um bebê humano”, afirmou.
Com informações tudocelular.com