O promotor da Corte Internacional de Crimes (ICC, da sigla em inglês), Karim Khan, fez a primeira visita à Nigeria para discutir os próximos passos na investigação de crimes contra a humanidade e crimes de guerra. Evidências desses delitos foram coletadas desde 2010 e mostram ações do grupo extremista islâmico Boko Haram e outros, além da própria Força de Segurança Nigeriana (NSF, da sigla em inglês) no Norte do país.

Em 2009, o Boko Haram começou os ataques recorrentes no país. Primeiro nas delegacias e acampamentos do exército no estado de Borno. Depois, o grupo organizou novas linhas de ataque quando sequestrou 275 meninas na escola fundamental em Chibok em abril de 2014.

Em uma breve visita ao palácio do governo em abril deste ano, oficiais nigerianos afirmaram não poder informar o número de nigerianos mortos por causa das eleições do próximo ano.

A Associação Cristã da Nigéria (CAN, da sigla em inglês) disse que apesar das tentativas de contato com o promotor Karim para tratar a causa dos cristãos perseguidos, eles não foram ouvidos e ficaram sabendo da visita do ministro pela grande mídia. Não foram notificados ou convidados para conversar com o promotor.

Karim se encontrou apenas com membros do governo nigeriano, ou seja, está ouvindo apenas um lado da história, como afirmou a imprensa do país. A Associação Cristã da Nigéria se incomoda, pois nenhum dos últimos governos protegeu os 25 mil cristãos que perderam suas vidas por causa da violência religiosa no país. O promotor não conversou com nenhuma das vítimas ou seus representantes.

Com informações: Portas Abertas (12.05.22)

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