A capital do Amazonas passa pela pior seca em 121 anos e os moradores enfrentam dificuldades causadas pela baixa qualidade do ar e queimadas em cidades vizinhas, agravados pelas mudanças climáticas devido ao fenômeno El Niño, que começou em junho.

Na última segunda-feira (16), o Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, atingiu o índice de 13,59 metros. Esse é o nível mais baixo já registado em Manaus e superou a marca histórica de 2010, quando atingiu 13,63 metros.

A qualidade do ar em Manaus é considerada ruim e chegou a ultrapassar os 200 µg/m3 (microgramas por metro cúbico) na escala da plataforma Selva, que mede os índices de poluição do ar de 0 a 160 µg/m3.

De acordo com o jornal Metrópoles, ainda em agosto, a fumaça das queimadas passou a invadir a capital, mas o problema veio se agravar nos primeiros dias de outubro.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informou que foram detectados 2.940 focos de queimadas no estado do Amazonas, apenas na primeira quinzena de outubro, superando a média histórica para o mês.

A Defesa Civil do Amazonas informou que, 50 municípios amazonenses estão em situação de emergência e 10, decretaram alerta. As comunidades ribeirinhas são as mais prejudicadas pela estiagem extrema, já que dependem dos rios como meio de transporte e sustento.

O ano letivo das escolas ribeirinhas localizadas no Rio Negro também foi impactado e teve seu término antecipado. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) relatou que os professores e alunos enfrentavam dificuldades para chegar aos colégios.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), mais de 30 empresas da Zona Franca de Manaus decidiram antecipar para este mês as férias coletivas antes previstas para dezembro. O número total de trabalhadores que entrarão em férias está entre 10 e 15 mil.

Valdemir Santana, presidente do Sindmetal, afirma que o motivo do recesso é a escassez de matéria-prima antes do previsto.

 

Com informações Metropoles

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