Filho de pai sírio e mãe brasileira, Ahmed* passou parte de sua vida dividida entre o Brasil, Líbano e Síria.  Aos 21 anos ele teve o seu primeiro contato com o Hezbollah, e foi se envolvendo aos poucos até se tornar um soldado e atuar no serviço de inteligência em operações terroristas entre o Líbano e a Síria.

Em uma viagem do Brasil para o Líbano, junto à sua família, onde também moravam seus parentes, Ahmed teve sua entrada negada pela polícia de fronteira no aeroporto de Beirute, capital libanesa. Apenas o jovem foi impedido de seguir e foi enviado de volta ao último país em que seu voo havia feito escala.

Neste país no Oriente Médio (local preservado por questão de segurança), atua um missionário brasileiro, que acolheu Ahmed e participou ativamente do seu processo de conversão.

“Era janeiro de 2021, e fazia muito frio por aqui. O dia já estava quase acabando quando recebi uma ligação com um pedido de ajuda. Tratava-se de um brasileiro que precisava urgentemente de um lugar para se hospedar”, contou o missionário brasileiro, que não pensou duas vezes em ajudar o compatriota e o levou diretamente para sua casa, sem saber que estava hospedando um terrorista do Hezbollah.

Logo na primeira refeição junto à família que o acolheu, Ahmed quis pregar o islamismo a eles e de imediato, disse que ‘Jesus não era o filho de Deus, mas apenas um profeta”. O jovem aprendeu sobre o islamismo desde a infância, com seu pai, e adquiriu mais conhecimento quando morou no Líbano e estudou em uma escola islâmica.

Vivendo entre Brasil e Líbano, Ahmed demostrava ter sede por um islamismo mais “puro”, e se tornou membro do grupo terrorista radical Hezbollah, “atuando no tráfico de armas, entre outras atividades ilícitas”, contou o missionário.

“Estava ali, na casa de um desconhecido, pregando o seu islamismo radical, mesmo recebendo abrigo e alimentação. Nem por um momento ele se importou se iriam colocá-lo para fora de casa e deixá-lo na rua novamente. Ele apenas tinha uma missão: pregar aquilo em que acreditava. Foi nesse momento que comecei a pensar: ‘Uau, eu gostaria de ter uma ousadia como essa para pregar a Jesus, que é o Deus verdadeiro, assim como ele está pregando um deus falso. Em meio à situação caótica que ele enfrentava naquele momento, não estava disposto a abandonar a fé que possuía’”, realtou o missionário brasileiro, admirado com a convicção do jovem ao falar sobre sua fé.

Com o passar do tempo, a relação de amizade entre o hóspede e o missionário foi se estabelecendo, até que, certo dia, Ahmed fez a seguinte acusação: “Você já sabia que a Bíblia é um livro adulterado e está cheio de erros?”

O missionário então, aproveitou a oportunidade e com educação o respondeu: “Nossa, estou surpreso, pois não sabia sobre isso. Será que poderia me mostrar quais versículos foram removidos, quais foram inseridos, e quem fez isso?”. A pergunta pegou Ahmed desprevenido e o deixou tão desnorteado, que ele ligou para um professor islâmico pedindo ajuda. No meio da ligação, o missionário ouve Ahmed dizer: “O quê? Você também não sabe?”

Após essa conversa, o jovem se deparou com dúvidas sobre a sua crença e as acusações que fazia contra a Bíblia, mas como islâmico, acreditava que ler a Bíblia iria o levar automaticamente para o inferno. No entanto, em consideração ao missionário que estava o hospedando, ele decidiu pegar a Bíblia, mas antes de ler, pediu permissão a Allah: “Eu gostaria de falar com você, que está aí em cima, que criou o ser humano, a terra e tudo o que nela há. Se eu tiver sua permissão, permita-me ler esse livro”, orou ele, com temor.

O que Ahmed não esperava é que fosse ser respondido pelo próprio Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. No meio da noite, ele teve uma visão que estava em trevas, e Jesus, tomado de luz, aparecia pra ele dizendo: “Ahmed, venha comigo, pois eu sou o caminho, a verdade e a vida”.

No dia seguinte, Ahmed se emocionou contando a visão que teve para o missionário e afirmou que estava pronto para abandonar o islamismo e seguir a Jesus. Essa decisão o trouxeram noites de sono tranquilas, coisa que não tinha há muitos anos.

O missionário relatou que Ahmed teve sua vida modificada. Ele se livrou do cigarro, que fumava desde os oito anos de idade, foi batizado e hoje também é um missionário. Ahmed se casou com uma missionária e juntos pregam o Evangelho a várias famílias árabes no país islâmico em que vivem.

* Por questões de segurança, o nome do missionário brasileiro e o país onde vive não foi divulgado. Pelo mesmo motivo, o nome do ex-terrorista foi alterado.

Com informações Guiame

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