Desde 2020, a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) vem recomendando ao presidente norte-americano, Joe Biden, que a Índia seja designada como um CPC (país de interesse particular). A designação, obrigatoriamente feita todos os anos pelo presidente, lista os países que praticam ou toleram violações particularmente severas da liberdade religiosa.
Diante da previsão de encontro entre Biden e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nesta quinta-feira (22), a USCIRF instou o presidente dos EUA a discutir questões de liberdade religiosa com o representante do governo indiano.
“O governo Biden tem uma oportunidade única de incorporar explicitamente as preocupações com a liberdade religiosa no relacionamento bilateral dos dois países. É vital que o governo dos EUA reconheça a perpetração e tolerância do governo indiano de violações particularmente graves da liberdade religiosa contra sua própria população e exorte o governo a cumprir suas obrigações de direitos humanos”, disse David Curry, comissário da USCIRF.
Com a designação, os Estados Unidos passa a ter o poder de tomar diversas ações contra o país, desde a condenação pública até sanções mais severas. A USCIRF fornece extensas informações básicas sobre cada país que recomenda para a designação de CPC. As práticas discriminatórias da Índia e as leis anticonversão contra cristãos e outros grupos minoritários foram amplamente documentadas.
Apesar de a constituição da Índia prever a liberdade de consciência e o direito de todos os indivíduos de livremente professar, praticar e propagar a religião, muitos estados proíbem que os indianos mudem de religião.
A International Christian Concern (ICC) destaca que, desde que Modi e seu partido Bharatiya Janata (BJP) assumiram o poder em 2014, a perseguição cristã disparou no país. Em seus relatórios anuais do Perseguidor do Ano de 2021 e 2022, a organização citou a Índia, o Modi e o Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS).
Com informações ICC